segunda-feira, 11 de maio de 2015

MENSAGENS DE COMPORTAMENTO

Síndrome da Solidão

Não importa se está solteiro ou casado. Não importa sem tem muitos ou poucos amigos. Nem tampouco se é introvertido ou extrovertido. A síndrome da solidão não tem a ver com convites para festas e baladas ou a ausência deles.

Justamente num tempo em que o mundo está cada vez mais globalizado, em que as facilidades para os encontros são inúmeras e de diversas formas, parece que a maioria das pessoas está, cada uma no seu grau, sofrendo de solidão.

A carência parece nos consumir em desejos que inexplicavelmente não se realizam e numa saudade que a gente nem sabe de que, de onde ou de quem. Buscamos o outro sem encontrá-lo, ainda que vivamos um sem número de relações. Este outro, tão esperado, parece nunca chegar. Ou melhor, às vezes parece nem existir.

O velho e bom carteiro continua passando todos os dias. Temos telefone, fax e computador. Dentro dele, os e-mails, as salas de bate-papo, os sites de encontros, o orkut, o gazzag, o multiply e o msn. Temos também blogs, fotologs e skype. Instalamos câmara, microfone e colecionamos uma lista interminável de amigos (alguns que a gente nem sabe quem são… mas vale mantê-los porque nos dão a sensação de estar junto).

Tudo para tentar aplacar este eco interior. Qualquer coisa que preencha o vazio, o abismo que insiste em nos separar de alguém que já fomos um dia ou – pior! – que gostaríamos de ser, mas não sabemos como construir, enfim, a ponte.

Creio que este seja o primeiro passo. Precisamos aprender a construir pontes. Pontes que nos levem até onde desejamos chegar, especialmente do outro lado de nós mesmos.

Estamos sempre do lado de fora, procurando, olhando, observando, acusando, apontando, amando, desejando, rindo e chorando… sempre do lado de fora…

Basta uma conversa, uma situação, um encontro… e lá estamos nós falando do que o outro fez, do que o outro disse, de como o outro nos faz sentir. Basta uma nova paixão ou uma velha briga com quem já está ao nosso lado para encontrarmos todas as justificativas no outro.

Não temos as pontes, as benditas pontes. Caramba! Nem tentamos construí-las. Simplesmente nos acomodamos com as facilidades dos encontros sem laços com o outro sem nos darmos conta de que o único encontro necessário não tem acontecido há anos, há muito, muito tempo! E assim, muitos estão morrendo, ou melhor, se matando de solidão no meio da multidão.

Paradoxal? Lamentável? Pode até ser! Mas as saídas existem, eu tenho certeza! Você pode encontrar a sua. Eu posso encontrar a minha. Só que, definitivamente, tem de ser dentro e não fora!

Temos confundido liberdade e amor-próprio com egoísmo e individualismo. Olhamos constantemente para o outro, mas não conseguimos vê-lo verdadeiramente porque somente poderemos enxergar alguém – quem quer que seja – depois de termos nos enxergado. Falta nos responsabilizarmos. Falta parar com essa mania desgraçada de acreditar que o outro é o causador dos fatos em nossa vida.

E assim, quando finalmente começarmos a olhar para tudo o que nos acontece com um pouco mais de propriedade, estou certa de que a solidão diminuirá consideravelmente… porque permitiremos a aproximação das pessoas sem tantas ressalvas e compreenderemos que somos todos um e que sozinhos, fechados em nossa concha pessoal não somos ninguém, nossa existência perde qualquer sentido. Não faz link, não tem significado nem importância, porque perdemos a chance preciosa de compartilhar nosso coração.

Sugiro que você aposte mais na delícia dos encontros, mas comece hoje, agora, a construir pontes pelas quais você possa passar… atravessar o abismo que sente aí dentro… Porque do outro lado, está certamente a sua imensa capacidade de mudar qualquer situação para melhor. E que esta mudança inclua a humildade que requer a convivência… para definitivamente conseguir sentir bem mais amor e bem menos solidão.


Rosana Braga

Escritora, Jornalista e Consultora em Relacionamentos Palestrante e Autora dos livros “Alma Gêmea – Segredos de um Encontro” e “Amor – sem regras para viver”, entre outros.





Amanhã é outro Dia 

Sentir paz e tranqüilidade nos dias de hoje parece utopia. Até pouco tempo, acreditávamos que só determinados acontecimentos na vida, como separação, morte de uma pessoa querida, desemprego, fossem capazes de nos tirar do controle e prejudicar nossa saúde física e mental. Mas sabemos que hoje não é bem assim, estamos tendo que aprender a conviver diariamente com a falta de tempo, as cobranças e, em conseqüência, com a ansiedade e o estresse. 

Se somarmos os sintomas de tudo isso, sabemos que podemos adoecer gravemente. Mas como a falta de tempo é real ou intensificada pelo perfeccionismo, pela necessidade de agradar, pela dificuldade em falar ‘não’, pelas cobranças internas, tudo fica muito mais potencializado. O que fazer diante desse dilema? 

Já que estamos freqüentemente nos sentindo ameaçados pelo excesso de conflitos que temos que enfrentar, só há duas formas de lidar com tudo isso: resolver os conflitos ou aprender a conviver com eles. Lembrando que a maior causa de nossas dificuldades é nossa reação diante a elas. É preciso mudar alguns comportamentos arraigados muitas vezes por anos, o que não é fácil, mas perfeitamente possível. 

Procure não deixar os conflitos, sejam eles no trabalho ou na relação afetiva, acumularem-se. O melhor ainda é o diálogo, sem deixar nada para depois, esperando que o tempo os resolva. Os maiores conflitos ainda são os causados pela dificuldade em controlar as emoções e surgem muito mais nas relações afetivas. Isso ocorre exatamente pelo fato das pessoas não enfrentarem as situações quando elas surgem. Deixando para lá, a tendência é os conflitos se intensificarem e ficar cada vez mais difícil encontrar uma solução. 

Converse, fale, argumente. Não despreze o que sente, ao contrário, respeite acima de tudo cada um de seus sentimentos. Para isso, é preciso elevar seu autoconhecimento, saber o que quer, o que sente. Você sabe? 

Afaste-se de pessoas muito críticas, se não for possível, ao menos não lhes dê ouvidos ou não permita que passe a ser sua verdade. Caso seja você seu maior inimigo, o que é muito comum, sempre se criticando, exigindo-se cada vez mais, procure ser mais flexível e paciente consigo mesmo. Pare de se criticar, faça uma auto-análise para saber quem durante sua vida agiu dessa mesma maneira com você, sempre te criticando, e liberte-se da necessidade de estar sempre se punindo, seja pelo que fez ou pelo que não fez. Passe a elogiar-se mais e reconhecer e valorizar mais suas conquistas. 

Se você se considera perfeccionista, só confia naquilo que você mesmo faz, acreditando na crença limitadora de que tem que fazer tudo perfeito, e por isso, assume responsabilidades acima do possível, procure convencer-se de que não há necessidade de manter controle sobre todas as situações e que é possível delegar responsabilidades. Comece com pequenas coisas e com pessoas em quem confia. Permita que outras pessoas sintam-se importantes, além de você. 

Ao começar o dia, procure relaxar durante o banho e faça um gostoso café da manhã. Ou ainda, acorde a pessoa amada com um beijo gostoso, com um carinho, que com certeza ajuda a enfrentar melhor o dia. 

No trabalho, depois de algumas horas de concentração intensa, tanto seu corpo como sua mente precisa de um descanso. Levante-se, caminhe, alongue seu corpo, se espreguice. Não pense que estará perdendo tempo, porque na verdade você estará recuperando energias. Incentive outras pessoas a fazerem o mesmo. Algumas empresas estão proporcionando esse tempo com meditações ou ginástica, pois perceberam o quanto todos se tornam muito mais produtivos. 

Na volta para casa, vez ou outra é saudável encontrar com amigos, mas ficar sozinho também pode ser muito gratificante. O encontro consigo mesmo aumenta o autoconhecimento. Faça de sua casa um lugar aconchegante, em que você gostar de ficar. Se morar com alguém, faça desse encontro um momento gostoso para contar seu dia e saber do dia do outro, intensificando o cuidado com o outro, alimentando assim a relação. Proponha cada dia um fazer massagem no outro, (re)descobrindo pontos de prazer ou apenas para relaxar o corpo de um dia estressante. Que tal um banho relaxante a dois? 

Antes de dormir, vá se desligando das preocupações do dia. Se algo o preocupa, analise a situação, busque as causas de sua irritação ou insatisfação. Converse com seu companheiro sobre isso. Faça meditação, leia um livro. Agradeça por tudo, valorize tudo que conquistou, agradeça pelas pessoas que te amam, por sua saúde, por sua vida e durma em paz! 

Amanhã é outro dia, outras conquistas virão, outras dificuldades aparecerão, mas você terá a certeza que será capaz de enfrentar o que for, pois sabe que pode contar acima de tudo com você! 


Rosemeire Zago – r.zago@uol.com.br 


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