terça-feira, 14 de abril de 2015

MOMENTO DE REFLEXÃO/MENSAGENS

O Zelador da Fonte 

Conta uma lenda austríaca que em determinado povoado, havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo Conselho Municipal para cuidar das piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade. 

O cavalheiro com silenciosa regularidade, inspecionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente de água fresca. 

Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o esforço para a retirada de entulhos. 

Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina. 

Rodas d´água de várias empresas da região começaram a girar dia e noite. 

As plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária. 

Os anos foram passando. Certo dia, o Conselho da cidade se reuniu, como fazia semestralmente. 

Um dos membros do Conselho resolveu inspecionar o orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte. 

De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade. 

E para quê? O que é que ele fazia, afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma. 

Seu discurso a todos convenceu. O Conselho Municipal dispensou o trabalho do zelador da fonte de imediato. 

Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no outono, as árvores começaram a perder as folhas. 

Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes. 

Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte. Dois dias depois, a água estava escura. 


Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens. 

O mau cheiro começou a ser exalado. Os cisnes emigraram para outras bandas. As rodas d´água começaram a girar lentamente, depois pararam. 


Os turistas abandonaram o local. A enfermidade chegou ao povoado. 

O Conselho Municipal tornou a se reunir, em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido. 

Imediatamente, tratou de novamente contratar o zelador da fonte. 

Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear. As rodas d´água voltaram a funcionar. 

Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso. 

Assim como o Conselho da pequena cidade, somos muitos de nós que não consideramos determinados servidores. 

Aqueles que se desdobram todos os dias para que o pão chegue à nossa mesa, o mercado tenha as prateleiras abarrotadas; os corredores do hospital e da escola se mantenham limpos. 

Há quem limpe as ruas, recolha o lixo, dirija o ônibus, abra os portões da empresa. 

Servidores anônimos. Quase sempre passamos por eles sem vê-los. 

Mas, sem seu trabalho, o nosso não poderia ser realizado ou a vida seria inviável. 

O mundo é uma gigantesca empresa, onde cada um tem uma tarefa específica, mas indispensável. 

Se alguém não executar o seu papel, o todo perecerá. Dependemos uns dos outros. Para viver, para trabalhar, para ser felizes! 

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita com base no cap. O zelador da fonte, de Charles R. Swindoll, do livro Histórias para o coração, de Alice Gray, ed. United Press






Momentos a sós 

Dia desses assistimos a uma cena que nos chamou a atenção, pelo inusitado. 

O filho achegou-se à mãe, beijou-a no rosto e despediu-se com carinho. Ela reagiu, virando o rosto, dizendo que ele deveria deixar de ser tão meloso e simplesmente dizer Tchau. 

Naquele momento, pensamos em quantas mães adorariam estar no lugar dessa outra, tendo seu garoto adolescente a lhe beijar as faces, justamente numa fase em que eles estão muito mais ligados nos amigos ou namorada, do que nos pais. 

Buscando justificativas para a atitude daquela mãe, imaginamos que talvez aquele menino seja daqueles que ficam ao redor dos pais, de contínuo, e não os deixam em paz. 

Em verdade, por mais de uma vez surpreendemos mães a dizerem a seus filhos, em um tom um pouco mais do que elevado: Me larga, me deixa sozinha um pouco. 

É correto que todo mundo precisa de momentos de recolhimento e aí não vai nenhuma reprimenda. 

O que é preciso é que, na condição de pais, saibamos ter a habilidade suficiente para explicar essa necessidade a nossos filhos, sem feri-los. 


A criança que é um grude nos pais, pode estar demonstrando medo. Por isso não deseja se afastar deles. Eles representam a segurança. 


Pode também acontecer que o pequeno seja um Espírito carente de afeto, alguém que já sofreu o abandono, senão nesta vida, em outra, e agora teme tornar a perder ou deseje compensar. 


E não se pode deixar de cogitar que a criança, ao expressar-se em demorados abraços e beijos, esteja traduzindo o agradecimento pela oportunidade da reencarnação. 


Ouvimos da boca de um pequerrucho, estreitando forte a mãe: Que bom, mãe, que eu nasci. Muito obrigado. 


Dessa forma, antes de rechaçarmos os filhos que nos desejam demonstrar carinho e o fazem de mil formas diferentes, aceitemos as suas dádivas. 

Chegará um dia, dominados pelos anos, em que desejaremos ardentemente que alguém se sente ao nosso lado, nos tome as mãos encarquilhadas entre as suas, deposite os seus beijos e se detenha conosco, por largo tempo. 

Importante se faz explicar para a criança, desde pequenina, como gostamos dela, sem contudo significar que devamos estar à sua exclusiva disposição sempre. 

Façamos programas com os filhos, dediquemos o nosso tempo disponível e se, então, as crianças ainda insistirem em atormentar nossa hora de quietude, de leitura, armemo-nos de paciência e expliquemos que aquele é o nosso momento, que eles devem respeitar, como nós respeitamos os momentos em que eles estão brincando com os seus amiguinhos. 

Arrumemos uma atividade para eles, enquanto nós realizemos as nossas. Eles sentirão que nos merecem a atenção, sem se sentirem rejeitados. 


Recordemos que esta é uma situação típica de colocação de limites, oportunidade que não devemos desperdiçar. 

A educação informal é produto da soma das oportunidades que se apresentam todos os dias, em vários momentos, em nossas vidas de pais e filhos. 

No processo de educação é prudente não se falar aos filhos na hora da raiva. 

Sempre que se estiver com raiva é bom contar até dez, dar uma volta no jardim, deixar a raiva passar. Só então buscar o filho para o entendimento e as devidas e pacientes explicações. 

Lembremos ainda que, se nos excedermos em nossas medidas e normas disciplinares, é importante pedirmos desculpas. 

Redação do Momento Espírita, com base no artigo O que você não deve dizer a seu filho, da Revista Criativa de novembro.1997 




Nenhum comentário:

Postar um comentário