terça-feira, 2 de dezembro de 2014

MOMENTO DE REFLEXÃO/ MENSAGENS

A Lente 

Quando menino, eu tinha por apelido, "o fogo-de-palha". Estava sempre com um plano novo na cabeça e, a respeito, falava entusiasticamente à minha família. Começava a tarefa, porém logo me sentia desanimado e a largava desinteressado. 

E uma outra idéia magnífica jorrava de meu espírito, para ter o fim de sempre. Embora o fato se repetisse constantemente, não havia, em minha casa, comentários a respeito. Em certo dia de verão, meu pai, que lia o seu jornal na varanda, chamou-me. Estava com uma lente na mão e me disse: 

- Preste atenção e irá ver uma coisa muito interessante. É uma experiência... 

Com o sol incidindo na lente, passeava o foco de luz pela folha do jornal, porém nada acontecia. Eu estava intrigado. Então ele deteve o movimento e manteve o ponto de luz imóvel por algum tempo, focalizando os raios solares. Dentro de poucos segundos o papel se incendiou e surgiu ali um furo. 

Escusado é dizer que aquilo me fascinou, mas não entendi logo o significado da experiência. Então meu pai me explicou: 
- Meu filho, este princípio se aplica a tudo que fazemos. Para alcançarmos qualquer êxito na vida é indispensável concentrar todos os nossos esforços na tarefa do momento. É como a concentração dos raios do sol filtrados pela lente. Enquanto ela percorreu às tontas a folha do jornal nada aconteceu. Mas quando se deteve, você viu o furo provocado. Tudo questão de paciência, tempo e concentração. Às vezes, quando estamos prestes a desistir, aparece-nos a solução do problema, justamente como no caso do furo no papel. 

Desse incidente me recordei inúmeras vezes em minha vida, o que me deu sempre muita coragem para perseverar até o fim.Escusado é dizer que aquilo me fascinou, mas não entendi logo o significado da experiência. Então meu pai me explicou:

Da Obra "E, Para o Resto da Vida...", Wallace Leal V. Rodrigues, ed. O Clarim




A Lição das Gaivotas

Um enorme transatlântico partiu de movimentado porto rumo a outro continente. Do convés, os passageiros acenavam lenços e agitavam mãos, em manifestações de adeuses. 
No porto, muitas pessoas acenavam igualmente e lançavam beijos ao ar, num misto de antecipada saudade e carinho. Pouco depois, os que se encontravam no convés, ainda observando os que permaneciam em terra, puderam constatar uma nuvem de gaivotas prateadas acompanhando o imenso navio. 

O seu voo atraiu a atenção de quase todos, tanto pela algazarra que promoviam, quanto pelo capricho de suas voltas, ao redor da enorme máquina concebida pelo homem. Passada uma meia hora de viagem, o tempo se tornou ameaçador. Ondas de espuma se levantavam ao açoitar dos ventos violentos. 

Esboçou-se no firmamento uma tremenda tempestade. Com suas possantes máquinas, o navio cortava as vagas agitadas e parecia fazê-lo com dificuldade, dada a presença dos elementos da natureza em convulsão. Um dos poucos viajantes que até então permanecia no tombadilho, contemplou as aves a voejar e as lastimou. Como podiam elas, com suas asas tão débeis, lutar contra o tufão, desamparadas nos céus? Elas nada tinham além do próprio corpo para o enfrentar. 

Suas asas resistiriam ao vento implacável, se o possante navio, com suas máquinas que representam milhares de cavalos resistia com dificuldade ao tempo torrencial? De repente, aquele homem que estava tão compadecido das avezinhas do mar, ficou perplexo. É que as pequenas gaivotas, estendendo as asas que Deus lhes deu, abandonaram o navio na tempestade e se ergueram acima da tormenta, passando a voar numa região serena dos ares. E a máquina, representando a ciência humana, prosseguiu na sua luta penosa para resistir à fúria dos elementos. 

Em nossas vidas ocorre de forma semelhante. Quando pretendemos lutar unicamente com nossos próprios meios, encontramos o fustigar dos ventos das dificuldades atrozes, que vergastam a alma e maceram o corpo. Contudo, se utilizarmos os recursos da oração alcançaremos as possibilidades das asas das gaivotas. Pelas asas poderosas da prece, o homem pode se elevar acima das tempestades do cotidiano e voar placidamente. 

Envolvidos pelas luzes da prece, alcançaremos regiões que o vendaval das paixões inferiores não alcança. Fortificados pela oração, enfrentaremos o mar agitado dos problemas, a fúria das vicissitudes, e chegaremos ao porto seguro que todos almejamos. Quando o triunfo nos alcançar ou quando sofrermos aparentes quedas, busquemos Jesus e falemos sem palavras ao Seu coração de Mestre e Amigo. 

Condutor vigilante de nossas almas, Ele assumirá o leme da frágil embarcação das nossas vidas, permitindo-nos singrar o mar agitado das nossas dores, com coragem e segurança. A medida ideal será sempre orar antes de agir, a fim de evitar que procedamos de forma imprevidente, o que nos conduziria ao desespero e a maior soma de dores. 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. A tempestade e as gaivotas, do livro Lendas do céu e da Terra, de Malba Tahan, ed. Melhoramentos e no verbete Oração, do livro Repositório de sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal




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