sábado, 10 de agosto de 2013

Momento de Reflexão

Janelas na Alma 

O sentimento e a emoção normalmente se transformam em lentes que filtram os acontecimentos, dando-lhes cor e conotação próprias. De acordo com a estrutura e o momento psicológico, os fatos passam a ter significação que nem sempre corresponde à realidade. Quem se utiliza de óculos escuros, mesmo diante da claridade solar, passa a ver o dia com menor intensidade de luz. 

Na área do relacionamento humano as ocorrências também assumem contornos de acordo com o estado de alma das pessoas envolvidas. É urgente, portanto, a necessidade de conduzir os sentimentos, de modo a equilibrar os fatos em relação a eles. Uma atitude sensata é um abrir de janelas na alma, a fim de observar bem os sucessos da caminhada humana. De acordo com a dimensão e o tipo de abertura, será possível observar a vida e vive-la de forma agradável, mesmo nos momentos mais difíceis. 

Há quem abra janelas na alma para deixar que se externem as impressões negativas, facultando o uso de lentes escuras, que a tudo sombreiam com o toque pessimista de censura e de reclamação. Coloca, nas tuas janelas, o amor, a bondade, a compaixão, a ternura, a fim de acompanhares o mundo e o seu cortejo de ocorrências. O amor te facultará ampliar o círculo de afetividade, abençoando os teus amigos com a cortesia, os estímulos encorajadores e a tranqüilidade. 

A bondade irrigará de esperança os corações ressequidos pelos sofrimentos e as emoções despedaçadas pela aflição que se te acerquem. O perdão constituirá a tua força revigoradora colocada a benefício do delinqüente, do mau, do alucinado, que te busquem. A ternura espraiará o perfume reconfortante da tua afabilidade, levantando os caídos e segurando os trôpegos, de modo a impedir-lhes a queda, quando próximos de ti. As janelas da alma são espaços felizes para que se espalhe a luz, e se realize a comunhão com o bem. 

Esta mensagem nos convida a refletir sobre uma realidade especial: a realidade de que tudo na vida conspira a nosso favor; isto é, tudo trabalha para o nosso crescimento íntimo, e que nada que nos acontece visa nosso mal, embora muitas vezes possa parecer assim. Abrir janelas na alma é tornar-se apto a descobrir essas novas realidades, que se bem compreendidas, tornam nosso viver menos árduo. A lei de causa e efeito existe para nos educar, e não para nos punir... A lei da reencarnação existe para nos dar novas oportunidades, e não para nos fazer sofrer... A lei do amor existe para nos fazer feliz, pois só haverá júbilo em nossa alma quando concedermos a outros estes mesmo sentir - eis o que chamamos "caridade". 

Abre janelas em tua alma, uma a cada dia, e deixa o sol da compreensão entrar. Abre janelas em tua alma e concede-te sonhar, e continuar rumando em busca do sonho. Abre janelas em tua alma e mostra ao mundo as muitas belezas que já existem lá. Podes até achar que não existem, mas tenha plena certeza de que sim... Elas estão lá...



Fonte: Equipe de Redação do Momento Espírita, a partir do texto "Janelas na alma", de Joanna de Angelis, da obra "Momentos de Felicidade" Psicografia de Divaldo Pereira Franco.





A Imaginação Maravilhosa da Infância 

A sempre lúcida e inspirada Cecília Meirelles, traz-nos alguns de seus pensamentos sobre a infância: É porque nós, desgraçadamente, já andamos esquecidos; mas, quando fomos pequenos, tivemos também essa maravilhosa imaginação com que qualquer criança deslumbra o mais requintado poeta. Nosso mundo foi feito de coisas prodigiosas: os milagres das fadas, os encantos dos bruxos, toda a mágica das histórias mais assombrosas... 

Tudo foi sempre muito verossímil, porque tínhamos em nós uma força misteriosa geradora das mais extraordinárias possibilidades. Talvez porque convivíamos mais diretamente com a natureza, e a natureza é por si mesma assombrosa. Depois de ver uma borboleta voar, uma flor desenrolar-se do botão, uma semente transformar-se em planta, um passarinho sair do ovo e mais tarde a cantar; Uma estrela revelar-se, depois de feita a noite, um campo encher-se de pirilampos, as nuvens crescerem, unirem-se, viajarem, desfazerem-se... Depois de tudo isso, com que é que se vai admirar uma criança? E éramos tão senhores da vida, com todos os seus cenários e as suas aparências... 

Acreditávamos tanto na eternidade profunda das coisas, malgrado as suas superficiais e parciais extinções. Que a morte era pra nós qualquer coisa enganosa, que os adultos não tinham ainda encarado bem, que ainda não conheciam de perto e só por isso, com certeza, não sabiam ainda vencer... A infância traz encerrada em si todas as condições superiores do destino humano. Ela mesma não sabe disso, porque a sabedoria tem qualquer coisa de inconsciente. Mas vivem dentro dela todas as capacidades da vida, por mais difíceis, inacreditáveis, longínquas e indefiníveis que sejam. E cá estamos nós, mais uma vez, admirados com a grandiosidade desse período de nossas vidas chamado infância. 

Seria apenas um período? Parece uma descrição pequena demais para abraçá-la honrosamente. Deus nos deu a infância como um grande tesouro, uma lição de pureza poderosa, que não vem de fora, de professores, de sábios, de livros, mas vem de nosso íntimo divino. Jesus foi muito claro ao proclamar - referindo-se às crianças - que destas é o Reino dos Céus, e mais, que quem não receber o Reino de Deus como uma criança, jamais entrará nele. O Mestre Nazareno não olvidou que ali, naqueles corpos infantis, existiam Espíritos velhos, mas usou dessa lição para deixar visíveis as características da alma infantil - fundamentais para o crescimento moral humano. 

Destacava a humildade, a pureza, na forma de ausência de preconceitos; a ânsia de saber, a perseverança, a docilidade, e tantas outras... Que sua porção criança possa sempre sorrir ao ver o nascer do sol. E que quando caia a noite, e venha o medo do escuro, saiba observar as estrelas e sua perfeição incompreensível e bela - e isso lhe traga novamente o sorriso. Que sua porção criança permita enxergar o lado bom das pessoas, e jamais cair nas teias da amargura ou do pessimismo destruidor. Que sua porção criança lhe recorde do quão bom e importante é viver. 

Fonte: Redação do Momento Espírita, com citações do livro Crônicas de educação, v. 1, de Cecília Meirelles, ed. Nova Fronteira 




A Grande dor de um Pai 

Um adolescente que cresceu no Sul da Espanha, em uma pequena comunidade chamada Estepona, conta que certo dia seu pai lhe disse que ele podia levá-lo de carro até um vilarejo isolado, mais ou menos a trinta quilômetros dali. A condição única era de que levasse o carro a uma oficina ali perto. Jason acabara de aprender a dirigir e aceitou na hora a gloriosa oportunidade. 

Levou o pai até a localidade, prometendo que retornaria às 4 horas da tarde. Foi até a oficina, deixou o carro para conserto e como tivesse algumas horas livres, decidiu assistir a dois filmes em um cinema perto da oficina. Empolgado pelos filmes, não viu a hora passar e quando acabou a sessão, eram seis horas. Ele estava com duas horas de atraso. Imaginou que seu pai ficaria muito zangado e nunca mais o deixaria dirigir. Por isso, pegou o carro na oficina e foi até o local onde deveria se encontrar com seu pai que aguardava, pacientemente, na esquina. 

Pediu desculpas pelo atraso e disse a ele que tinha vindo o mais rápido que pudera. O problema é que o carro havia necessitado uns consertos maiores e então se atrasara. Nunca mais Jason haveria de esquecer-se de como seu pai o olhou naquele momento. "Fico desapontado por você achar que precisa mentir para mim. Quando você não apareceu na hora combinada, liguei para a oficina para ver se havia acontecido alguma coisa e eles disseram que o carro já estava pronto há muito tempo. Você é que não tinha aparecido." 

Uma onda de culpa tomou conta de Jason, que resolveu contar toda a verdade. O pai ouviu com atenção, enquanto seu rosto se cobria de tristeza. "Estou muito triste. Não com você, mas comigo. Sei, eu me dou conta de que fracassei como pai, já que depois de todos esses anos você ainda acha que precisa mentir para mim. Fracassei porque criei um filho que não consegue nem dizer a verdade ao próprio pai. Vou voltar para casa andando, para poder pensar onde errei todos esses anos." 

"Pai", disse Jason. "são trinta quilômetros até nossa casa. Está escuro. Você não pode voltar andando." Mas os protestos do garoto de nada adiantaram. O pai começou a andar pela estrada empoeirada..., mãos nos bolsos, cabisbaixo. Rapidamente, o adolescente pulou para dentro do carro e o seguiu de perto, esperando que ele fosse desistir. Durante todo o caminho, ele implorou, dizendo que estava muito arrependido. Mas o pai continuou a caminhar em silêncio, pensando e sofrendo. 

Jason dirigiu atrás dele por trinta quilômetros, numa média de oito quilômetros por hora. Ver seu pai sofrendo tanto física, quanto emocionalmente foi à experiência mais perturbadora e dolorosa que Jason já havia enfrentado. Foi, também, a melhor das lições. Ele se decidiu a nunca mais mentir. Pais decididos a bem orientarem seus filhos, têm posturas definidas e não se importam o quanto lhes custe para ensinar o que seja correto. Pode ser apenas uma longa caminhada de trinta quilômetros, ou pode ser uma quase interminável jornada de toda uma vida. O importante é que os filhos cresçam para a luz, o bem e o amor, porque este é o objetivo maior da vida na Terra. 



Fonte: Equipe de Redação do Momento Espírita, com Base no Cap. "Um longo caminho para casa", de autoria de Jason Bocarro, do livro Histórias para aquecer o coração dos adolescentes, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Kimberly Kirberger. 










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