sábado, 10 de agosto de 2013

Deus Existe?

Deus Existe? 

Pude intuir esta maravilha que é o “Johrei” graças ao conhecimento que tive sobre a existência do espírito e ao princípio fundamental de que, com a purificação do espírito o corpo volta á normalidade. Esse princípio deve ser considerado como um prenúncio da cultura do futuro. Realmente ele representa uma grande revolução para a ciência, e, se o aplicarmos em todos os setores da vida, o bem-estar da humanidade aumentará incalculavelmente. E não é só isso. Aprofundando-se a pesquisa desse princípio fundamental, pode-se prever que ele influenciará até a essência da própria Religião. 

A controvérsia sobre a existência de Deus é uma questão que tem desafiado os tempos e continua sempre presente. E isso se justifica porque apenas do ângulo de visão materialista, obviamente as pessoas nada podem compreender a respeito de Deus, que é Espírito, o qual para elas equivale ao nada. Mas, pela Ciência Espiritual que estou propondo, é possível reconhecer a existência de Deus e, ao mesmo tempo, responder a indagações sobre problemas como a vida após a morte, a reencarnação, a verdade sobre o Mundo Espiritual, os fenômenos de encosto e incorporação e outras questões relativas ao Mundo desconhecido, que chamo também de Mundo Intemporal. 

Primeiramente devo explicar como se processou a evolução do meu pensamento. Quando jovem, eu era extremamente materialista. Até mais ou menos quarenta anos nunca entrei em tempo algum. Achava tolice adorar ou rezar para uma pedra, um espelho ou um papel escrito, que constituem a Imagem de Deus nos templos xintoístas e são colocados num recipiente com formato de caixa, feito por carpinteiros, com tábuas de cânfora, e chamado omiya. Nos templos budistas também se adora um Buda desenhado em papel, ou as estátuas de kannon, Amida e Buda talhadas em madeira, pedra ou metal. Eu costumava afirmar que kannon e Amida só existiam na imaginação do homem; por conseguinte, achava que era uma adoração ainda mais sem sentido, não passando da idolatria. 

Naquele tempo, li a tese do famoso Filósofo Alemão Rudolf Eucken (1846-1926), o qual diz que o homem possui o instinto inato de adorar qualquer coisa e, assim, criou e adora os seus próprios ídolos, caindo na auto-satisfação. Como prova disso, acrescenta ele, todas as oferendas depositadas no altar estão voltadas para o lado dos homens e não para o lado de Deus. Senti-me perfeitamente identificado com a tese e até considerava que a existência de templos era prejudicial ao progresso da Pátria, por que as nações que possuíam muitos templos estavam em declínio e aqueles que quase não os tinham achavam em franco desenvolvimento. Apesar disso, mensalmente eu contribuía com uma modéstia quantia para o Exército da Salvação, e por esse motivo era visitado por um sacerdote que sempre insistia em que eu me convertesse ao cristianismo. Ele me dizia: “As pessoas que contribuem para o Exército da Salvação, geralmente são cristãs. Porque o senhor contribui, se não é cristão?” Então expliquei: “O Exército da Salvação trabalha para a recuperação de ex-presidiários, transformando-os em pessoas de bem. Se não existisse, talvez um deles tivesse entrado em minha casa para me roubar. Portanto se o Exército da Salvação está impedindo que isso aconteça é natural que eu seja agradecido e colabore nas suas obras”. 

Houve muitos casos semelhantes, porém, na época, apesar de fazer o bem, eu não acreditava em Deus nem em Buda. Sendo assim, poderão compreender quão forte era a minha tendência a jamais acreditar naquilo que não se pode ver. Naquele tempo, as minhas atividades comerciais iam muito bem, e eu estava no auge da autoconfiança, mas um de meus empregados me fez perder tudo. A sorte adversa, manifestada através do falecimento de minha primeira esposa, dos embargos judiciais sofridos da falência e de outras desgraças, arrastou-me para o fundo do abismo. Como resultado, acabei recorrendo aquilo a que todos recorrem nessas ocasiões: A Religião. Também eu fui á procura da salvação no xintoísmo e no budismo, como era de praxe, e assim tive conhecimento da existência de Deus, do Mundo Espiritual, da vida após a morte, etc. 

Refletindo sobre o meu passado, arrependi-me da vida inútil que levava até então. Após esse despertar, meu conceito sobre a vida deu uma volta de cento e oitenta graus. Compreendi que o homem é protegido por Deus e que, se ele não reconhecer a existência do espírito, não passa de um ser vazio. Também entendi que, mesmo na pregação moral, se não fizermos com que as pessoas reconheçam a existência do espírito, ela não terá nenhum valor. Por isso, caros leitores fazem votos de que “abram os olhos” para os esclarecimentos que darei sobre os fenômenos espirituais. 

(05 de fevereiro de 1947) 



Fonte: Livro Alicerce do Paraíso 
(Ensinamentos de Meishu-Sama) 
Tradução: Fundação Mokiti Okada – M.O. A 
14. Edição – São Paulo/SP. 
Pág.: (88/89/90/91) 





Materialismo e Espiritualismo 

A maioria dos comentários que fazem sobre a nossa igreja é que se trata de uma religião supersticiosa. Mas qual a razão dessa afirmativa? A verdade é que o ponto de vista daqueles que tecem tais comentários difere do nosso. Eles analisam as questões espirituais tomando por base a matéria. Material, como o próprio nome está indicando, é aquilo que podemos perceber claramente através da visão ou dos demais sentidos, e por isso qualquer pessoa consegue compreender. O espírito, todavia, não é visível, conseqüentemente torna-se fácil negar a sua existência. 

Assim, se fizermos uma simples comparação, teremos de concordar que o espiritualismo encontra-se em situação desvantajosa em relação ao materialismo. A visão materialista está limitada pelos cinco sentidos; tem, portanto uma existência pequena ao passo que a visão espiritualista não tem limite. É como se fosse o tamanho da terra comparado com o tamanho do Universo, que é um espaço sem fim. Daqui onde estou só consigo ver até o Monte Fuji, e olhe lá. Não passam de algumas de dezenas de quilômetros. O pensamento, entretanto, não pode ver, num instante pode estender-se até o infinito. Diante dele, a imensidão da terra é insignificante. É como se a visão espiritualista fosse o oceano, e a visão materialista fosse o navio que nele flutua. Baseados nisso podemos comparar o materialismo com o macaco Songoku, o qual tentando fugiu dos domínios espirituais de Buda percorreu milhares de milhas, mas, quando percebeu, ainda estava na palma da mão de Buda, e se arrependeu do que fizera. Entre outros conceitos espiritualistas sobre o materialismo, podemos citar: “Tudo é nada” “Tudo que nasce está condenado á extinção” e “Todo encontro está fadado á separação”, de Sakyamuni ou segundo o zen-budismo: “As coisas que possuem forma infalivelmente desaparecerão”. 

Pela exposição acima, acredito que entenderam como está errado analisar as coisas espirituais do ponto de vista da matéria, pois esta é finita, enquanto aquelas têm vida eterna e são infinitas. É a mesma coisa que querer colocar um elefante dentro de um pote ou ver todo o céu através de um orifício, ou seja, é ter uma visão limitada das coisas. Materialistas! Depois de conhecerem está verdade ainda tem algo á dizer? Pensem no que farão! 

(20 de dezembro de 1949) 


Fonte: Livro/ Alicerce do Paraíso 
(Ensinamentos de Meishu-Sama) 
Tradução: Fundação Mokiti Okada – M.O. A 
14. Edição – São Paulo/SP.
Pág.: (46/47) 




Nenhum comentário:

Postar um comentário