sábado, 10 de agosto de 2013

A Arte de Deus

A Arte de Deus

Como seres contemporâneos, é chegada a hora de nos conscientizarmos da época em que estamos vivendo. Vou explicar o que isso significa. A cultura material progrediu tanto que, através da invenção do rádio, da televisão e de outros meios de comunicação, podemos tomar ciência dos acontecimentos mundiais em poucos instantes. Se não compreendermos a importância desse fato, não poderemos falar sobre a civilização atual. 

Nos Estados Unidos, começou-se a falar, há alguns anos, sobre a Nação Universal e Governo Universal. Tais expressões não estarão prenunciando, para um futuro próximo, o advento de um mundo ideal? Será, com efeito, um grande acontecimento. Quando raiar esse dia, naturalmente se escolherá um Presidente Mundial, e qualquer nação poderá apresentar seus candidatos. Entretanto, para o nascimento desse Novo Mundo, será necessário haver uma enorme revolução em todos os setores, especialmente no pensamento humano. Obviamente, todos os “ismos” serão varridos e, ao mesmo tempo, haverá unificação dos pensamentos.

Para melhor compreensão, darei um exemplo. Suponhamos que um exímio pintor pinte um grande quadro representando o mundo. Ele o expressaria com a máxima beleza, através de linhas e cores variadas, sem nenhum defeito, com técnica Divina. Como não é difícil imaginar os preparativos para a pintura desse quadro levariam vários milênios. As primeiras linhas seriam o mais importante, pois representariam as fronteiras dos países e levariam muito tempo para serem traçados. Em seguida, viria a escolha das cores: vermelho, azul, amarelo, branco, violeta, enfim uma variedade delas. A título de experiência, tentemos aplicar isso aos diferentes povos e países. Quero, porém alertar-lhes que se trata apenas de uma suposição.

Cada país desempenharia uma função de acordo com a peculiaridade de sua cor. Desenhadas as linhas e usadas habilmente as cores, estaria pronto o quadro do mundo. E que mais poderia ser este quadro senão a grande Arte de Deus Todo-Poderoso? Até hoje, entretanto, considerando a cor de seu país a melhor de todos os homens quiseram pintor o quadro somente com essa cor, razão pela qual não foi possível obterem êxito. Naturalmente outro fator que eles não levaram em conta foi o tempo. A derrota sofrida pelo Japão e pela Alemanha na última guerra ilustra muito bem o que estamos dizendo.Por analogia, os “ismos” ou ideologias podem ser comparadas ás tintas fabricadas por cada país.

Conseqüentemente, uma nação não pode tentar pintar além da sua linha limite, porque isso provoca atritos com as outras, cujos objetivos são os mesmos. Como esses atritos constituem um estorvo para o quadro do mundo elaborado por Deus com base no amor á humanidade, obtém apenas um sucesso temporário. Vejamos: A maioria dos heróis que apareceram desde os tempos antigos acabaram sendo derrotados por terem cometido o erro de criar obstáculos para a Arte de Deus. Baseados nesse fato, as potências mundiais, ao invés de tentarem pintar s outros países com a sua cor, devem se esforçar para tornar mais viva e mais bela a cor de cada país. Se adotarem essa política, estará concordes coma Vontade Divina, e assim se concretizará o Mundo Ideal. 

Estes são os motivos pelos quais é necessário pensar na religião. Entretanto, na forma como vêm sendo praticadas até hoje, cada uma querendo pintar a outra com a sua cor, as religiões deixam de acompanhar a marcha do tempo, ficando em desacordo com o Plano de Deus. Por isso, precisamos entender a Vontade de Deus que está por trás do progresso da civilização e, dando-nos às mãos, fazer de todas as religiões uma só força, para a construção do mundo ideal que esta prestes a surgir. 

(20 de Dezembro de 1949) 


Fonte: Livro/Alicerce do Paraíso
(Ensinamentos de Meishu- Sama)
Tradução: Fundação Mokiti Okada – M.O. A
14. Edição – São Paulo/SP.
Pág.: (317/318/319)



O Juízo Final

Os cristãos e todas as pessoas em geral devem estar muito interessados em saber quando e como virá o Juízo Final, profetizado por Cristo. Visto que está se aproximando a hora, vou esclarecer a questão parcialmente. Não se trata de interpretação minha, e sim de um conhecimento que me veio totalmente por intuição espiritual.

Por isso, quero que tomem minhas palavras apenas como mais uma referência ou teoria. Em primeiro lugar, é necessário definir se realmente haverá um Juízo Final. Ora, um ser Divino como Cristo, que hoje é alvo da fé de milhares de seguidores no mundo inteiro, entre os quais se contam povos de nações super desenvolvidas, não profetizaria algo que não acontecerá. Caso sua profecia não se concretize, ele não passará de um simples mentiroso. Portanto, embora não sejamos cristãos, acreditamos nela piamente. As palavras do Fundador da religião Oomotokyo: “O que Deus diz não tem qualquer margem de erro, nem sequer da largura de um fio de cabelo”, sem dúvida alguma podem ser aplicadas á profecia sobre o Juízo Final. 

Sobre o bem e o mal também existem as seguintes profecias: “Destruirei o mal pela raiz e construirei o Mundo do Bem”; “O Mundo do Mal já acabou”; “O Mundo do Mal atingirá o seu ápice aos noventa e nove por cento e, com a ação de um por cento, será transformando no Mundo do Bem”, Finalmente está chegando a hora da transição do mundo”. Todas elas, creio eu, não podem dizer respeito a outra coisa senão ao Juízo Final. É aquilo a que estamos nos referindo constantemente a Transição da Noite para o Dia. Há uma frase também relacionada a essa transição: “O momento crítico deste mundo está prestes a chegar; por isso, nosso espírito precisa estar polido”. Tais palavras significam que é impossível o ser humano transpor esse período estando cheio de máculas .

Tomando a Bíblia como base e analisando o sentido das profecias citadas, podemos afirmar que nos encontramos na iminência de um grande perigo; para ultrapassá-lo precisaremos estar com o espírito purificado. Isso quer dizer que o homem mal será eliminado para sempre. Se assim for, torna-se imprescindível purificarmos nosso espírito através de uma fé correta a fim de que possamos transpor essa fase com segurança. Os materialistas podem não acreditar, podem dizer que é um absurdo, que Deus é apenas fruto da imaginação do homem; entretanto, quando chegar o momento decisivo , aflitos, eles quiserem voltar-se para Deus, já será tarde demais. Isso é mais claro que a Luz do dia. Naturalmente, o amor de Deus é infinito e seu desejo é salvar o maior número possível de criaturas. Nós, que seguimos sua vontade, estamos repetidamente advertindo os homens, através da palavra oral e escrita. 

Sobre o mesmo assunto existe outra advertência: “Deus esta querendo salvar os homens, mas se eles não tomarem cuidado e não derem importância a tantos avisos, encarando-os simplesmente como o canto do galo que estão acostumados a ouvir, chegará a hora em que, prostrados, terão de pedir perdão a Deus. No entanto, quando chegar essa hora, Deus não poderá ficar se ocupando dos homens. Assim, eles terão de resignar-se ante a situação criada pelas suas próprias mãos”. Acho que essas palavras têm exatamente o mesmo sentido daquilo que eu acabei de explicar. 

A propósito, falarei resumidamente sobre o Dilúvio e a Arca de Noé. O fato deve ter acontecido há milhares de anos, num antigo país europeu, onde viviam dois irmãos de nome Noé. No estado que hoje chamamos de “Transe”, o mais velho foi avisado sobre a iminência de um Dilúvio e por isso deveria alertar seu povo. Muito apreensivos, eles anunciaram aos homens o perigo iminente, mas ninguém acreditou em suas palavras. Passados alguns anos, finalmente eles conseguiram convencer seis pessoas. Então Deus lhes ordenou que construíssem uma arca, e os oito entraram nela.

Pouco tempo depois, começou a chover ininterruptamente. Uns dizem que choveu durante quarenta dias; outros dizem que cem. O certo é que foi um longo período de fortes chuvas. As águas subiam cada vez mais, inundando as casas; apenas o cume das montanhas ficava de fora. Os homens tentavam entrar na arca ou refugiar-se nas montanhas, mas os animais ferozes e as cobras venenosas, querendo salvar-se faziam o mesmo. Como a arca possuía tampa, ninguém conseguiu entrar. Famintos, os animais devoravam todos os homens; salvaram-se apenas as oito pessoas que estavam na arca. Eles são considerados Antepassados da raça branca. No Novo testamento, existe uma passagem na qual se diz que João faria o batismo pela água e Cristo faria o batismo pelo fogo. Se o Dilúvio representou o início do batismo pela água, o batismo pelo fogo, atribuído a Cristo, só poderá ser o Juízo Final que está prestes a chegar. 

Acontece que a água é material, e o fogo é espiritual. Por isso, aquilo que estamos realizando atualmente a purificação do espírito através do espírito nada mais é que o batismo pelo fogo. Como o espírito se reflete na matéria, a influência que esse batismo exercerá sobre ela deverá produzir uma mudança extraordinária. Mas precisamos saber que existe perigo apenas para o mal, e não para o bem.

Este artigo, eu o ofereço ás pessoas descrentes.

(20 de Janeiro de 1950) 


Fonte: Livro/ Alicerce do Paraíso
(Ensinamentos de Meishu- Sama)
Tradução: Fundação Mokiti Okada – M.O. A 
14. Edição – São Paulo/SP.
Pág.: (61/62/63)




Meishu-Sama era assim... 

Uma Pessoa extremamente Humana 

Tive a oportunidade de encontrar-me com o Fundador, acompanhado de meu irmão, En-õ Ichikawa (também Ator de Teatro). Nessa ocasião, soubemos que ele, como nós havia, nascido em Asakusa, o que fez com que meu irmão começasse a relembrar saudosamente a época em que lá vivemos. 

O Fundador nos disse que também havia vivido na área de Senzoku-chô, a mesma que nós, o que fez com que a conversa se prolongasse indefinidamente. Ele conhecia bem o meu irmão. Olhou-o e disse: “Como você é artista, utiliza muito o corpo. Então, deve ter muito cuidado com ele”. Aproximou-se e tocou-lhe os ombros, como se os estivesse apertando. E continuou: “Você precisa eliminar essa rigidez dos ombros”, posicionando-se de forma que realmente pudesse massageá-las adequadamente. Não sei como descrever seu gesto, mas foi realmente como o de um pai diante de um filho ou de um irmão mais velho em relação ao caçula. Foi um gesto carinhoso, bem-vindo como a chuva em dias secos. 

A bondade e a gentileza do Fundador neste momento ficaram gravadas em minha memória. Ainda hoje, me lembro claramente de sua atitude. A propósito, acredito que a religião e a Arte, em última instância, conduzem ao mesmo lugar. Fiquei admirado com o fato de o Fundador ser uma pessoa que se sobressaía também no campo da Arte. Talvez soe um pouco descortês o que direi, mas apesar de Mokiti Okada, como Fundador de uma religião, possuir dons e qualidades realmente magníficas, olhando-o como uma pessoa comum, percebíamos algo muito humano, que nos fazia sentir bem próximo dele. 

Na verdade, não víamos nele nenhum ar de superioridade. Uma das características essenciais de um religioso é ter humanidade, pois ele precisa liderar e acolher pessoas. Neste ponto, o Fundador era, sem sombra de dúvidas, uma pessoa extremamente humana. Todos os religiosos deveriam ser assim. Os livros registram que os grandes mestres Saigyou e Takuan também eram pessoas extremamente bondosas, o que deve ser verdade. O Fundador era uma pessoa perfeita no que se referia a este ponto. 


Chusha Ichikawa 
(Ator de Teatro Cabúqui/Japão) 


Fonte: Revista IZUNOME 
N.59 – Novembro/2012
São Paulo/SP.



















Nenhum comentário:

Postar um comentário