quinta-feira, 16 de maio de 2013

A Natureza é a nossa verdadeira Mestra

A Natureza é a nossa verdadeira Mestra 

Conheci a Igreja Messiânica através da purificação do meu irmão mais novo. Ele sofria de bronquite e já havia assado em vários médicos, mas continuava com crises intensas. Quando nos mudamos para Itabirito (MG) minha professora do primário, Maria Auxiliadora tomou conhecimento deste fato e indicou uma senhora que fazia uma oração muito eficaz. Conhecemos então a número 1 da felicidade de nossa Família, a senhora Elvira Painhos, a qual ministrava johrei a meu irmão todos os dias e a mim. 

Iniciei as leituras dos Ensinamentos de Meishu-Sama com os livros que esta senhora me emprestava e fiquei maravilhado, pois era como se tivesse encontrado as respostas para todas as minhas dúvidas sobre reencarnação e purificação. Logo, decidi me tornar membro e contribuir para a felicidade de todos os que estavam á minha volta. Meu irmão, após dois meses de johrei diário, já não tinha mais crises! Esse milagre tocou toda a família e, em 23 de março de 1983, minha Mãe, meu Pai, meu irmão e eu ingressamos na Fé Messiânica. Lendo os Ensinamentos de Meishu-Sama, aprendia a respeito da Agricultura Natural. 

Como a Família de meu Pai era de agricultores e ele também o fora até os 18 anos sempre tive contato com a agricultura e gostava de mexer com a terra. Em nossa casa, tínhamos um quintal, e resolvi testar os Ensinamentos sobre a Agricultura Natural. Iniciei com o básico: misturei ao solo o material orgânico (capim picado e outros matos), reguei e plantei mudas de couve, as quais cresceram e produziram muito. Mudamos para Rio Claro/SP. Em 1987. Em 1991 tornei-me seminarista ligado Á Igreja Rio Claro, cujo responsável era o saudoso Rev. Pedro Partezan, um grande divulgador da Agricultura Natural. Aprendi muito com suas orientações e vi que, em todas elas, o Reverendo usava exemplos da natureza para explicar desde gratidão até encaminhamento. 

As orientações fortaleciam minha compreensão de que a Agricultura Natural é uma Coluna da Salvação que pode estar no lar de todos os membros, aprofundando a compreensão sobre a Lei da Natureza e sobre o nosso relacionamento com ela. No fundo do meu coração, eu sabia que esta era minha missão: aprimorar e aprender sobre a Agricultura natural com todas as pessoas que eu encontrasse. Em Setembro de 1991, cheguei á Sede Central e iniciei uma nova etapa em meu aprimoramento. Nesta fase, aprimorávamos em grupo e estudávamos os Ensinamentos de Meishu-Sama e a língua japonesa, como preparação para os nossos estudos no Japão. Na primeira entrevista com o Reverendo Hitoshi Nishikawa, ele me propôs: ”Você dedica comigo, pois eu tenho algumas experiências para fazer”. Você pode me ajudar? Eu disse: Claro, sensei estou aqui para servir onde for preciso. 

Todas as experiências eram com o solo e as plantas. Em uma delas, no setor de flores, pegamos os cortes que eram jogados no lixo e começamos a tratar alguns canteiros que já estavam sem vida; só havia uma palmeira no local. Colocamos as folhas e os caules, umedecemos o solo, e um colega de turma exclamou: Para que serve isto? Não vai nascer nada aí “Prontamente respondi, instintivamente, que o material orgânico é que iria dar condições para o solo mostrar sua vitalidade. 
Depois de duas semanas, começaram a brotar as sementes daquela palmeira e o solo já era outro, cheio de vida e de insetos. Este mesmo colega ficou feliz ao ver a força do solo e a vida da natureza se expressar tão rapidamente. Certo dia, atarefado com a visita do Presidente da IMMB (na época Rev Tetsuo Watanabe) entrei no elevador e me deparei com o Rev. Nishikawa e o Presidente. Foi aí que o Rev. Nishikawa afirmou: Ver. Watanabe é ele quem vai estudar para desenvolver a Agricultura Natural. O atual Revmo. Watanabe apertou minha mão e disse: Muito Obrigado! Estamos contando com você! Saí do elevador, meio atordoado e sem saber exatamente o que havia acontecido. Desse dia em diante decidi que iria dedicar na Expansão da Agricultura Natural. Pedi aos meus superiores que me orientasse sobre como ser utilizado, por Meishu- Sama Obra de Salvação e me dispus a prender e ultrapassar qualquer dificuldade para alcançar esse objetivo. 

Em março de 1993, minha turma de seminário iniciou os estudos no Japão. Fomos direcionadas aos locais de aprimoramento as regiões, e eu fui encaminhado para kofuku-Noen, a fazenda onde o Revmo. Katsuiti Watanabe tinha o desejo de preparar elementos para difundir o pensamento de Meishu-Sama. Aprendi muito com os aprimoramentos do Rev. Chuzo Sakakibara, que trazia a essência dos ensinamentos do Mestre. Aprofundei meu sentimento de respeito ao solo e á natureza. Com ele, sempre ouvia que a nossa verdadeira mestra é a natureza, que é com ela e através dela que poderemos aprender, pois nós apenas apresentamos seus resultados e ensinamentos. 

Nas práticas de cultivo, aprendíamos muitas técnicas, mas eu sabia que havia algo mais que ultrapassava as orientações que eu recebia e que me apresentavam uma natureza viva, muito além da minha pequena percepção. Eu sentia que essa natureza correspondia ao meu estado de espírito e ao meu verdadeiro objetivo de levar a felicidade ás pessoas por meio da Agricultura Natural. Retornei ao Brasil no mês de setembro de 1995. Durante toda a minha estadia em Ipeúna, em todos os setores pelos quais passei sempre me preocupei com a formação de equipe e, portanto, buscava novos técnicos e agrônomos para prepará-los para o desenvolvimento das atividades que vinha realizando. 

Em 2008, recebi nova tarefa: desenvolver hortas nas escolas. No ano de 2010, recebi mais uma missão, desta vez na Secretaria de Agricultura Natural, na Fundação Mokiti Okada. Atuo neste setor até hoje como coordenador do programa Horta em casa e Vida saudável e estou tendo a oportunidade de trabalhar com um grande sonho que sempre acalentei durante todos os anos de dedicação no Brasil: difundir a Agricultura natural no lar de todas as pessoas. Durante anos, nas exposições, nós trabalhávamos o tema de hortas caseiras na esperança de que quem as visitasse, pudesse despertar para iniciar a própria horta, produzisse alimento para utilizar nas suas refeições e divulgasse a atividade. 

Hoje, através do Programa Horta em Casa e Vida Saudável, estamos ajudando a difundir esta coluna de salvação no lar de todos os membros, freqüentadores e simpatizantes. Como missionário e biólogo, meu objetivo se ampliou ainda mais e quero dedicar para que todas as pessoas, não só no Brasil, mas em todos os países, possam, através da horta em casa, desenvolver o amor altruísta e, junto com o johrei e o Belo alcançar a salvação integral. 

(Ministro Carlos Daniel Rodrigues) 


Fonte: Revista IZUNOME 
N.63 – Março /2013 – São Paulo/SP.



As Plantas têm Vida 

Gosto muito de cuidar das plantas do jardim e sempre corto seus galhos, arrumando-lhes o formato. De vez em quando, porém sem perceber, acabo cortando demais ou deixando de cortar onde é necessário. Às vezes, quando vou plantar uma árvore, não havendo alternativa, por causa do espaço, planto-a num lugar que não é do meu agrado e deixo a parte da frente para trás, ou meio de lado o que me incomoda, toda vez que a observo. Mas é engraçado, pois com o passar do tempo, vejo que a árvore vai se acomodando aos poucos, por si mesma, até que acaba se harmonizando perfeitamente com o lugar. 

Acho isso interessantíssimo e não posso deixar de pensar que ela está viva. Certamente, as árvores também possuem espírito. Nesse ponto, assemelham-se ao homem que cuida de sua aparência para não passar vergonha perante os outros. Tempos atrás ouvi um velho jardineiro contar que, quando uma planta não dava flores como ele queria, dizia-lhe estas palavras: ”Se este ano você não der flores, vou cortá-la”. Assim, ela não deixava de florir. Ainda não experimentei fazer isso,mas o fato parece-me verossímil. Não há erro em lidarmos com qualquer elemento da Grande Natureza acreditando que ele possui espírito. Num livro que li, de autor ocidental, dizia-se que uma árvore que geralmente leva quinze anos para crescer, tendo sido cuidada com amor e dedicação, cresceu da mesma forma na metade do tempo, isto é, em sete ou oito anos. O mesmo pode ser dito em relação ás vivificações florais. Eu próprio vivifico as flores de todos os compartimentos de minha casa; entretanto, ainda que elas não estejam do meu completo agrado, deixo-as assim mesmo. 
No dia seguinte, noto que elas estão diferentes, com um aspecto agradável, como se realmente estivessem vivos. Nunca forço o formato das flores; vivifico-as da maneira mais natural possível. Por isso, elas ficam cheias de vida e duram mais. Se mexermos muito, as flores perdem sua graça natural, o que não acho bom. Assim, quando vamos vivificá-las, devemos, primeiramente imaginar como iremos fazê-lo para depois cortá-las e ficá-las rapidamente. Isso porque tal como os seres vivos, quanto mais mexermos, mais fracas elas ficam. Esse principio também se aplica ao homem. Com os pais, por exemplo: quanto mais cuidados tiverem na criação dos filhos, mais fracos eles serão. 

Como vivifico as flores dessa maneira, minha vivificação duram mais do que o dobro do normal e todos se admiram. Em geral não se usa bambu e bordo quase duas. Além disso, qualquer que seja a flor, não mexo em seus cortes, deixando-as ao natural. 

(05 de Agosto de 1953) 



Fonte: Livro/ Alicerce do Paraíso
(Ensinamentos de Meishu-Sama)
14. Edição – São Paulo
(Tradução Fundação Mokiti Okada )
Site: www.messianica.org.br



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