quarta-feira, 4 de julho de 2012

O Que é senso comum para nós, não é senso comum para os outros


O QUE É SENSO COMUM PARA NÓS, NÃO É SENSO COMUM PARA OS OUTROS

Se mudarmos um pouco nossa maneira de encarar as coisas. Meishu-Sama nos ensinou; “Os homens que não obtêm resultados satisfatórios naquilo que executam com esforço, ou no que julgam ser uma boa ação, desconhecem a Teoria dos Efeitos Contrários, ou melhor, falta-lhes discernimento a respeito de sua razão transcendental.” (“Teoria sobre os efeitos contrários”- Alicerce do Paraíso, - volume: quatro) Ele também afirmou, no dia 15 de junho de 1953: “O pensamento de Deus é muito diferente do pensamento do ser humano geralmente, é exatamente seu oposto”, e nos advertia freqüentemente que o pensamento do ser humano estava se afastando da verdade.
Creio que a razão disso está no fato de que o ser humano tornou-se superficial, desorientado pelas aparências recobertas pelo belo manto chamado “senso comum”, existindo, assim uma tendência de não se conseguir enxergar a essência das coisas. ”O senso comum” é o ponto de vista considerado correto pela sociedade em geral, mas como ele não leva em consideração a existência de Deus, é óbvio que, em muitas situações ele se afasta da verdade. E não é só isso: será que não existem as “imitações de senso comum”, criadas intencionalmente objetivando bons resultados econômicos?
Acredito que o desejo de Meishu-Sama é que não fiquemos perdidos ou limitados a esse “senso comum”, mas que sejamos perspicazes, comparando sempre o que vemos com a verdade. Creio que através disso conseguiremos encontrar o fio da meada para eliminar a doença, a miséria e o conflito, sofrimento que assolam a maioria das pessoas.

AMANDO A DOENÇA, A POBREZA, E O CONFLITO, CHEGAREMOS Á SAÚDE, Á FARTURA E Á HARMONIA?

Meishu-Sama nos ensina: “A expressão lutar contra a Doença”, nos leva a encará-la como se fosse um inimigo. Mas, a doença  é algo extremamente positivo, que elimina as toxinas da pessoa, sendo a própria misericórdia Divina. Assim, vemos claramente que é errado encará-la como algo que nos é prejudicial. Na verdade, “devemos ter com ela uma relação de amor”.
Esse sentimento é justamente o oposto do “senso comum” pregado pela sociedade, que diz que a doença é algo a ser detestado. Meishu-Sama escreveu o seguinte salmo: “Pobres daqueles que se entristecem com as doenças, pois elas são motivo de alegria”. Ao encararmos a doença, a miséria e o conflito como coisas prejudiciais e lutarmos contra, elas acabam se tornando nossos verdadeiros inimigos. Esse é um Ensinamento bastante profundo. Lembro-me que um médico que disse: “A pessoa que se salva ao se acometida por uma doença grave é aquela que luta contra a doença até as últimas conseqüências, ou aquela que desiste, entregando tudo nas mãos do destino. As que não se salvam são sempre aquelas que ficam na dívida, sem saber o que fazer”.
Estas são realmente palavras sábias. O pior que pode haver é ficar na dúvida, sem saber o que fazer. O que se pode é lutar ou desistir totalmente. O ideal é entregar o resultado nas mãos de Deus, conviver com a doença e levar uma vida alegre, tendo com ela uma “relação de amor”. Isso significa tornar-se uma pessoa que vive com gratidão. Na verdade, entre meus conhecidos há pessoas que tiveram câncer e disseram: “vou lutar contra ele”! Fez cirurgias para extração do tumor, radioterapia e conseguiram curar-se. Mas, por outro lado, há também pessoas que, apesar de afirmarem “vou lutar!” desanimaram com a evolução da doença ou com os efeitos colaterais dos tratamentos, ficaram em dúvida e, no final acabaram falecendo desolados. O sentimento humano não é tão forte quanto imaginamos. Sendo assim devemos, a partir de agora, não ficar em dúvida, seja quando estivermos doentes, com dificuldades financeiras ou enfrentando algum tipo de conflito.
Devemos nos esforçar e nos lembrar de que essas situações são a prova de que Deus está nos formando, nos criando, para que nos elevemos cada vez mais! E devemos encaminhar o pensamento mais sofrido que tivermos juntado com o Antepassado que está buscando salvação, para Meishu-Sama, para que seja purificado e, então, através da prática do amor altruísta que alegra a Deus, esforçar-nos para agradecer e fazer por merecer seu imenso amor. Através da prática de tal sentimento e atitude, a pessoa tem a permissão de elevar sua alma e acabar com toda e qualquer dúvida.
Creio que quando se consegue amar a doença e a pobreza e o conflito, isto é, quando se compreende que estas são a manifestação do amor de Deus , ele se alegra e concede á pessoa as graças e o aprendizado mais adequado a ela. 

ACONSELHANDO A MUDAR DE IDEIA 

Sendo assim, como está nos textos em que Meishu-Sama fala sobre o “Processo de Purificação”, sobre á Prática do Amor Altruísta “(seremos salvos se salvarmos outras pessoas), sobre os “males causados pelos remédios”, sobre a “lei dos Efeitos Contrários” e tantos outras, temos um show de Ensinamentos através dos quais tenho a impressão de que estamos sendo aconselhados a mudar o nosso ponto de vista. Creio que Meishu-Sama nos ensina o seguinte: “Dentre as coisas que vocês estão vendo há coisas diferentes das que vocês pensam ver”. Na maioria das vezes, nossas idéias surgem com base nos nossos hábitos ou de acordo com o senso comum” vigente na época. Devemos, então, mudar a forma de encarar o tal “senso comum”.
Os “conceitos estabelecidos pelo “senso comum”, como: a doença deve ser curada pelos médicos e pelos remédios”, ou a doença deve ser detestada “mostram apenas um lado da realidade> O “senso comum” ensinada por Meishu-Sama não é uma visão estabelecida pela sociedade e, sim, uma maneira de pensar sem preconceito, aberta. (25 de novembro de 1951) A explicação sobre o johrei, dada por Meishu-Sama também parece ser uma declaração que torna sem efeito o senso comum estabelecido até então. Ele afirma que se a pessoa receber o Ohikari e ministrar johrei é possível a cura de doenças.
Para a sociedade em geral, isso é algo inimaginável. Mesmo o resfriado, que é detestado e considerado a origem de todas as doenças, é definido por Meishu-Sama como um método de limpeza do organismo, um método de saúde criado por Deus. Na visão da sociedade, porém isso é uma insensatez. Tenho a impressão de que, para nós a crença de que se tomar remédio a doença vai ser completamente curada é que é um contra-senso. 
Creio que seria bom se a maioria das pessoas refletisse e reconsiderasse o tal do “senso comum”. Vejam o caso do antiviral que foi há algum tempo, considerado um problema por causa de seus efeitos colaterais. Soube, através de um programa de televisão, que o número de consumidores de tal remédio no Japão chega a ser 10 vezes maior que nos Estados Unidos, o que parece anormal. Seria melhor que as pessoas procurassem saber sobre os efeitos colaterais causados pelos remédios. Ele ocorre quando um remédio acaba dando origem à outra doença. Poe exemplo: por causa do uso de antipsicóticos ou sedativos, ocorrem danos cognitivos que podem causar acidentes de trânsito; o uso de antibióticos ou analgésicos provoca alterações no estômago. Apesar disso há muitos médicos que dizem: “vou lhe aplicar uma injeção para ver o resultado “ou vou receitar um remédio; vamos ver como o quadro evolui”. Os remédios são tão perigosos que não deveriam ser ministrados com uma postura tão leviana, mas a maioria das pessoas não se importa. Tudo por que isso já se transformou em senso comum. Por outro lado, não são poucas as pessoas que mancham o nome de médicos conscienciosos que não receitam remédios cegamente chamando-os de curandeiros”. Este é o “senso comum”.

O SIGNIFICADO DE AGRADECER ATÉ O QUE NÃO SE CONSEGUE AGRADECER

“O tema sobre o qual venho falando que é “agradecer quando não se consegue agradecer” é para sermos verdadeiramente felizes, devemos nos tornar pessoas que consigam agradecer até mesmo aquilo que não se consegue agradecer”, também é algo que seria classificado pela sociedade como pertencente ao grupo dos fatos fora do senso comum> Um exemplo radical seria: “Amar e agradecer até mesmo quem nós odiamos”.A maioria das pessoas pensaria que não há nada mais insensato que isso , não é? Podem chegar a perguntar: ”Se for assim, será que conseguiremos ficar seremos mesmo que a vida de nossos filhos seja tirada?” É lógico que nesses casos, qualquer pessoa seria tomada por um ódio profundo, desejando a vingança, não é? Mas, se concordarmos com isso, mesmo que o criminoso seja condenado á morte, acho que o sentimento de vingança não será aplacado. As nuvens espirituais geradas pelo ódio fazem com que o nosso “Yukon” caia no inferno. e com que a alma do filho falecido não se eleve. E Deus é quem mais sofre com isso.
Eu me referi, há pouco, a uma expressão utilizada por Meishu-Sama: “Amar a doença”. Jesus também disse: “Amai os vossos inimigos, rezai por aqueles que vos perseguem” (Mateus, capítulo 5, versículo 44), e isto é o que almejamos. “Sendo assim, acredito ser importante encarar racionalmente a pessoa que desperta em nós este sentimento de ódio, pensando: “Perdoar essa pessoa e amá-la agradará a Deus” e” É importante que, através dessa pessoa, eu manifeste minha gratidão a Deus, que está me formando”. Assim, o que acreditávamos obstinadamente ser impossível acontece: transformamos esse ódio em amor. É, ao sentirmos gratidão, Deus nos acolhe como seus verdadeiros filhos e nos concede a Felicidade Suprema.  

O SALTO DA GRATIDÃO


Dessa forma, “agradecer até o que não se consegue agradecer” é semelhante a “amar a doença” e a “amar o inimigo”, sendo uma idéia nobre. Nem é necessário falarmos sobre quão difícil é a sua prática. Por isso devemos em primeiro lugar treinar a “Prática do Sonen de Gratidão” e, através dela, cultivar esse sentimento, começando pelo que é mais fácil.
Aqui começamos a agradecer o mais óbvio, que são as pessoas e fatos pelos quais naturalmente sentimos gratidão. As palavras de Cristo, citadas anteriormente, sobre “amar o inimigo”, continuam: “Pois se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os exploradores também não fazem assim? E se saudardes somente os vossos irmãos, que fareis de especial? Não faz os pagãos a mesma coisa?” (Mateus, capítulo 5, versículo 46 – 48) Todavia, eu penso que amar as pessoas que nos amam e cumprimentar somente os nossos irmãos também é algo louvável. Afinal de contas, o homem contemporâneo não consegue nem isso, o óbvio. Mesmo que haja uma relação de interesse, quando alguém faz algo por nós, por mais insignificante que seja, é importante que expressemos nossa gratidão, que digamos “obrigado” do fundo do coração também a Deus, Meishu-Sama e aos Antepassados presentes dentro dessa pessoa.

ACHAR MOTIVOS PARA TER GRATIDÃO E AGRADECER INCESSANTEMENTE 

O próximo passo, então, é encontrar motivos para sentir gratidão, dentro da nossa rotina diária. Agradecer, por exemplo, pelo nosso despertar, a cada manhã, pelas refeições, pela saúde de nossa família, pelo nosso trabalho, pelos nossos amigos, pela oportunidade de aprender várias coisas, pela proteção de termos um lugar onde podemos descansar o corpo e a mente, e dormir. Vocês não acham que há uma quantidade enorme de motivos para agradecer espalhados ao nosso redor? Se mudarmos nossa maneira de pensar e observarmos tudo com sentimento de gratidão, é certo que a cada dia poderemos ver um mundo diferente e maravilhoso. Se não conseguirmos agradecer por estas pequeninas (na verdade grandiosas) bênçãos, não conseguiremos chegar a “agradecer até o que não se consegue agradecer”.  
Ter gratidão por todas as pessoas, coisas fatos que colaboram na nossa formação e nos dão vida é um sentimento que está ligado á gratidão a Deus. Ao compreendermos que tudo nos é concedido pelo Criador e ao adotarmos a postura de dizer a tudo e a todos, “Obrigado!”, ”Graças a Deus”, e teremos sempre maneiras gentis e corteses, um mundo verdadeiramente maravilhoso surgirá diante de nossos olhos.

“PROCURE SEMPRE CULTIVAR BONS SENTIMENTOS. UM DIA, A SOMA DESSES SENTIMENTOS FARÁ DE VOCÊ UM VERDADEIRO VIRTUOSO”

Nesse salmo, Nidai-Sama não está dizendo que se os bons sentimentos não surgirem naturalmente, não conseguiremos nos tornar homens de bem, mas que devemos ter a consciência de que ter bons sentimentos e esforçar-se na Prática do Bem é o que torna boa uma pessoa e que esse é o caminho que nos leva á felicidade. Ao mesmo tempo, também nos orienta sobre a importância de praticar isso constantemente. A mesma atitude também é importante no que dia respeito á gratidão.
Eu sempre digo aos nossos membros que hesitam na Prática da Fé: “experimente praticar, mesmo que pense que estou enganando você”. Acredito, mesmo que no princípio a pessoa não sentia gratidão do fundo do coração, mesmo que esteja em uma situação muito difícil se ela se esforçar para agradecer constantemente, um dia, com certeza, esse sentimento brotará verdadeiramente em seu coração.
GRATIDÃO é um sentimento pessoal, ou seja, é a prova da alegria dos nossos Antepassados, da alegria de Meishu-Sama que está vivo no Paraíso que existe dentro de cada um de nós. Fomos criados como verdadeiros Filhos de Deus e devemos acreditar no seu incomensurável amor, que deseja nos conceder a Felicidade, empenhando-nos sempre em dedicar-lhe nossa gratidão. Desta maneira, creio que Deus e Meishu-Sama não tirarão seus olhos de nós em nenhum momento observando como vamos nascendo e renascendo, em sua profunda misericórdia.


Fonte: Orientação do Presidente Mundial da IMM/ Revmo. Tetsuo Watanabe
Publicada na Edição de Verão/2007 da Revista Izunome (Japão)

Nenhum comentário:

Postar um comentário