segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

"As Origens do Natal "




A CELEBRAÇÃO DO NATAL ESTÁ ASSOCIADA A INÚMERAS FESTIVIDADES DE CULTURAS ANTERIORES AO CRISTIANISMO, COMO É O CASO DOS CELTAS 

O ingresso do sol no signo frio de capricórnio (21/12) foi celebrado em diversas culturas como um renascimento da luz na figura de um Deus solar; como Mitra, na Pérsia; Rá, no Egito; Apolo, na Grécia. Na Cultura Celta, o Deus que se sacrificou no Halloween (Samhain) renasce nesta ocasião, que é chamada yule. Com o advento do Cristianismo e da Era de Peixes, essa tradição milenar foi mantida pela Igreja. Para entender o significado de tal renascimento, é importante nos situarmos em outra época, quando o ser humano estava mais sintonizado com a natureza e a reverenciava como uma manifestação Divina. 

A percepção humana dos mundos sutis também era mais aguçada, compensando seu atraso em termos de conhecimento científico. Ou seja, era uma época em que se dependia mais do Plano Espiritual, e isso fazia com que o homem ficasse mais próximo do Divino e mais ligado á sua própria alma. Hoje, evoluímos em termos de tecnologia e conhecimento. Contudo, o fator negativo é que aumentou a arrogância do homem, que acredita que a Natureza é algo a ser explorado, destruído e manipulado conforme a sua vontade. Esse modo de pensar resultou na crise ecológica, espiritual e de valores que vivemos atualmente. 

A carência espiritual e de encantamento fez com que pessoas mais sensíveis olhassem para o passado e percebessem a sabedoria contida nestas tradições milenares (celtas, indígenas, xamânicas etc.) que, mesmo distantes no tempo, no espaço e no idioma, justamente por praticarem uma religião natural, acabaram tendo acesso a uma verdade universal que não precisou impor por guerras ou perseguições. Sequer houve necessidade de um contato entre os povos, já que no Plano Espiritual a verdade é única. 

Essa é a razão do renascimento da religião Wicca nos dias de hoje, uma tradição que traz a possibilidade de nos reconectarmos com a terra, seus ciclos naturais e seu papel dentro do cosmo, fazendo de nós, praticantes desta religião natural, cidadãos cósmicos. 


YULE 
                                             
O YULE é uma destas festividades, ou oportunidades, quando a terra está num dos pontos cardeais de sua órbita, formando um ângulo exato com o sol. Sua celebração é comumente feita trazendo um pinheiro (símbolo da vida, por que não perde as folhas) para dentro de casa, acolhendo seu Elemental, enfeitando a árvore com frutos vermelhos que simbolizam o calor, e oferecendo presentes para que proteja o lar e garanta abundância e tranqüilidade. No topo do pinheiro, normalmente é colocada uma estrela de cinco pontas (o pentagrama, símbolo da religião). 

Acendemos fogueiras e reafirmamos a continuação da vida na terra com luz de velas. Para nós, membros da wicca, a Roda do Ano ciclo de oito festividades que coincidem com as quatro estações e quatro metades das estações, as mudanças na natureza são representadas simbolicamente por um Deus que renasce, vive e morre, e por uma Deusa que é jovem, mãe e anciã. É uma tentativa de traduzir o propósito divino existente em cada mudança e entender a sabedoria nela contida, para aplicarmos ás nossas vidas e aceitarmos as mudanças.


Reverenciar esses ciclos é trazer o divino mais para perto e ser capaz de perceber isso é fazer as pazes com nossa própria alma. Sem o encanto e a reverência que revestem este rito, o Natal (Yule) se torna meramente uma festa comercial, pois manter a tradição fortalece o espírito de Natal, seja ele representado por Papai Noel ou outro ser encantado, seja o Deus que renasce ou o Cristo. O importante é sabermos que, a cada ano nessa data, a nossa conexão com o Divino está sendo renovada. 


Marília de Abreu e Antônia Maria de Lima 


(Wicca Cia. Das Bruxas) – fone: (11) 3675-1512 
Fonte: Revista/ Sexto Sentido 
A Revista do Novo Milênio N. 17 – Dezembro/2000- São Paulo/SP. 





“MUDANÇAS COM O CRISTIANISMO” 



Papai Noel e a Árvore de Natal são dois dos grandes símbolos da comemoração Cristã. Mas, segundo alguns historiadores, suas origens remontam há milhares de anos. 

Historicamente, a celebração do Natal, tal como o mundo ocidental o conhece hoje, representando o nascimento de cristo, somente surgiu no século IV d.c época em que o Cristianismo se tornava a religião predominante no planeta. Segundo a maioria dos estudiosos, a escolha da data coincidiu com a tentativa de cristianizar as celebrações realizadas em dezembro pelas chamadas “religiões pagãs”, anteriores ao Cristianismo. 

Na data específica de 25 de Dezembro, o Natal acabou substituindo o Culto de Mitra, o Sol Invicto (o sol invencível), que se originou na Pérsia, espalhando-se pela Europa nos séculos III e IV a. c. O culto tinha muitos pontos em comum com os ritos e cerimônias do Cristianismo, como o batismo, a hóstia da comunhão e o descanso aos domingos. Existe quase um consenso quanto á escolha aleatória da data como sendo a do nascimento de Cristo, o que só ocorreu em 354, com o Papa Liberus, em oposição á data de seis de janeiro, comemorada pela Igreja do Oriente. 

Já no século V, a data tornou-se tão importante que passou a ser considerada o início do ano litúrgico. Um dos símbolos mais marcantes do Natal é o Papai Noel, que tem origem em São Nicolau, um bispo que viveu no século IV em Myra, cidade da região sudeste da Turquia. Ele nasceu numa família rica, mas abriu mão de sua fortuna após a morte dos pais e dedicou sua vida á caridade. Existem inúmeras histórias sobre Nicolau, algumas delas transformando-se quase em lendas. Uma das versões diz que, em determinada ocasião tentando ajudar um homem que precisava juntar o dote de sua filha, Nicolau teria jogado um saco de ouro pela janela da casa do homem. O saco caiu numa das meias da jovem, que haviam sido deixadas penduradas para secar. Daí viria o costume, muito conhecido nos EUA, de deixar meias penduradas na lareira para Papai Noel colocar os presentes. 

Durante a Reforma Protestante, a figura de São Nicolau foi banida em muitas celebrações de Natal, na Europa, porém a comemoração popular continuou viva. Na Inglaterra, no entanto, foi adotado o Father Christmas (O Pai Natal) personagem originário do Deus romano Saturno, adorado na Inglaterra após a invasão romana em 43 d.c O Pai Natal era representado como um homem grande, usando uma roupa vermelha e mais tarde, ele também visitava as crianças deixando presentes em suas meias. 

O Papai Noel atual é, certamente, uma mistura das duas figuras, assim como o Santo Claus dos EUA e Canadá, cujo nome se originou na pronúncia holandesa de São Nicolau, Sin Nikolass, que nos EUA transformou-se primeiro em Sinterklass e, depois em Santa Clauss. Á lenda de Santa Claus foram acrescentados elementos da mitologia escandinava. 

(Nomes pelos quais Papai Noel é conhecido no mundo: Pere Noel (França) Papa Noel vários países de língua espanhola)Kriss Kringle(Alemanha a criança de Cristo) Santa Clauss (EUA e Canadá) Befana e Babbo Noel Itália) Father Christmas (Inglaterra) El Ninõ Jesus(Costa Rica, Colômbia e partes do México) jultomten(Suécia) Kerstman(Hojoulupukki(Filândia) Baboushka (Rússia, uma figura feminina) jizo(Japão) juliman(Dinamarca) Dun Che lao Ren(China, o velho homem do Natal). 



A ÁRVORE DE NATAL 

A tradição de decorar árvores na época do Natal tem sua origem nos celtas, com as árvores de yule. A coroa ou guirlanda de Natal também tem origem celta, representando a Roda do Ano, o círculo sem início se sem fim. Há poucas dúvidas de que está seja a origem verdadeira da árvore utilizada até hoje no Natal, mas também surgiram explicações cristãs para a utilização da árvore na comemoração. Uma delas é baseada no relato contido em Mateus a respeito da fuga de Maria e José para o Egito, com o menino Jesus. Herodes mandou seus soldados procurarem a criança para matá-la. 

Quando os soldados se aproximaram deles, sem ter onde se esconder, José guiou Maria e Jesus para um grupo de cedros sem folhas descoloridas que, imediatamente, ganharam a coloração verde e cresceram para esconder a família, com os frutos tornando-se de uma azul safira para esconder a roupa de Maria. Desde então, os cedros e outras árvores semelhantes nunca mais deixaram de ficar verdes, em qualquer época do ano. Segundo alguns historiadores, a utilização da árvore na festa cristã tem início com São Bonifácio, no século VIII. 

Ele era um missionário junto ás tribos germânicas e usou o formato triangular dos pinheiros como um símbolo da trindade. Já por volta do século XI, os pinheiros eram decorados com maças e pães, simbolizando a Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal de que se fala no Gênese. Outra história atribui a utilização da árvore a Martinho Lutero, no século XVI. “Voltando para casa na época do Natal, ele teria visto uma luz brilhando nos cristais de gelo de um pinheiro, o que Fez com que ele se lembrasse de Jesus, a luz do mundo”. Lutero teria cortado a pequena árvore, levando-a para casa e decorando-a com velas para mostrar o que tinha visto. Contudo, a maioria dos pesquisadores entende que essas explicações de fato fazem parte das tentativas de cristianizar celebrações muito anteriores, como é o caso das saturnálias da Roma celebrações em que eram usados pinhos e outros tipos de árvores que se mantêm verdes o ano inteiro, ou no Egito, onde a palmeira fazia parte de rituais ligados a Adonis e sua mãe, que teria se transformado na árvore. Assim, a árvore da comemoração cristã nada mais seria do que a herança, mantida viva, de ritos pagãos milenares. 

(Gilberto Schoereder) 



Fonte: Revista/Sexto Sentido (A Revista do Novo Milênio) 
n.17 – Dezembro/2000 - São Paulo/SP. 
Site: www.mythoseditora.com.br 


                                                                              

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