sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Culto ás Almas dos Antepassados - Templo Luz do Oriente 02/11/2011






Culto ás Almas dos Antepassados - Templo Luz do Oriente 

A Nossa relação com os Antepassados. Kyoshu-Sama enfatiza que o Mundo Espiritual não está tão longe de nós. Na verdade, o Mundo Espiritual está em cada um, pois os Antepassados vivem dentro de nós. Esse é o sentido de que estamos ligados a eles, a todo instante. Meishu-Sama ensina que somos a soma de milhares de Antepassados. 

Ensina também que a vida é eterna. Na verdade o que se chama de morte é só o fim da missão do corpo material do corpo físico. A Alma é eterna. Por isso, é importante sempre refletir: “Com que sonen estou fazendo as coisas, no cotidiano? Será que estou atento ás minhas palavras, ações e pensamentos tendo a consciência de que estou ligado aos meus Antepassados que estão vivos dentro de mim”? 

Kyoshu-Sama afirmou que devemos começar a servir com a convicção de que nossos Antepassados não estão mortos, mas vivos dentro do nosso sonen, em cada uma de nossas células. Juntamente com Meishu-Sama. Com esse sonen que precisamos ser úteis á sociedade, fazendo as práticas altruístas, que geram luz não só para nós, mas também para os Antepassados e para os descendentes. Temos de pensar que cada vez que fazemos uma prática altruísta, estamos levando também alegria aos nossos Antepassados, pois essa luz é o que eles mais desejam. 

Esse é o nosso papel como “guias” dos Antepassados conforme orienta Kyoshu-Sama. Quando eles recebem luz se elevam e, naturalmente, seus descendentes também. 



                                                                       







                                                                             
                                                                                              


Rev. Hidenari Hayashi (Presidente da IMMB)
Solo Sagrado de Guarapiranga / SP.
02/10/2010
Fonte: Revista Izunome /n.34 - Outubro/2010
(Publicação Mensal da Igreja Messiânica Mundial do Brasil)

Álbum de Karina Kramer - São Paulo / Templo Luz do Oriente 

sábado, 5 de novembro de 2011

Castelo de Nagoia - Japão

(O Fogão)

(Trabalhadores da época da Construção)

(Trabalhadores da época da Construção)

(Castelo de Nagoia/Japão)

(Castelo de Nagoia /Japão)

(Onde os nobres eram carregados na época)
(meio de transporte da época)

(Uma estátua no Castelo de Nagoia / Japão)

(Yoshikatsu Tokugawa (14th Lord of Owari)


Fonte: Fotos: (Álbum de Miriam Chiba /Japão)

Nascimento da Igreja Messiânica Mundial


(Meishu-Sama e sua esposa Nidai -Sama) 
Nascimento da Igreja Messiânica Mundial


Porque foi criada a nossa Igreja? 


Quando analisamos a cultura moderna, que há milhares de anos a humanidade vem edificando com incansável esforço e dedicação, ficamos deslumbrados ante o seu aspecto esplendoroso e o incrível progresso que ela apresenta externamente. É desnecessário dizer que os homens da atualidade dispensam os maiores elogios a tudo isso. Entretanto, ao observarmos o outro lado dessa cultura, isto é o seu conteúdo, deparamos com algo inesperado: ele é exatamente o contrário da parte externa. O que se opõe a esta é, naturalmente, a parte espiritual, onde não se vê nenhum progresso, a ponto de pensarmos que os homens do passado eram até superiores. 

No presente, se pesássemos numa balança o bem e o mal que existe no coração dos seres humanos, veriam que infelizmente, o mal tem muito mais peso. A influência maléfica que esse fato exerce sobre a sociedade humana é muito maior do que poderíamos imaginar. Isso se torna bem claro ao constatarmos que a guerra o maior dos sofrimentos humanos – a doença, a pobreza, o crime, as calamidades naturais, enfim, todas as ocorrências desagradáveis, ao invés de diminuírem, tendem até a aumentar. 

Assim, é estranho que a cultura material e as pessoas não manifestem nenhuma desconfiança a respeito pelo contrário, vão se deixando viciar pela cultura material, incrementando-a cada vez mais. Mas porque será que os religiosos, os escolásticos, os políticos e o grande número de intelectuais existentes em todos os Países não despertam para essa realidade? Dentre eles talvez haja algumas exceções, mas tais pessoas nada fazem, pois, não conhecendo os fundamentos da questão, consideram que o fato é inevitável. Parece que elas estão resignadas achando que se trate de uma condição inata da humanidade. 

O principal desejo do homem é ser feliz, e ele veio empregando toda a sua inteligência e utilizando-se dos mais diversos meios para concretizá-lo. Mas a aspiração de um mundo ideal acabou se tornando um sonho utópico. Nesse sentido, inicialmente, a humanidade procurou apoio na Religião. Entretanto, como a possibilidade de atingir seu objetivo unicamente através da religião tornava-se pequeno, procurou alcançá-lo através do Ensino, da Moral, da Filosofia e de outros meios surgidos no Oriente e no Ocidente a partir do século O. No Oriente, apareceram sábios como Confúcio, Ming-Tzu e Chutzu; no Ocidente, educadores como Sócrates e Filósofos como Kant, Hegel e outros. Logicamente a humanidade depositou neles suas esperanças. 

A felicidade e até o mundo ideal, que eram a aspiração inicial de todos os homens, fora, esquecidos, não se sabe quando me tendo chegado a um momento em que não se vai nem para frente nem para trás. Assim, quanto mais a cultura progride, mais o homem se distância da felicidade. É um resultado extremamente irônico. Parece uma gangorra: quando um dos lados sobe, o outro desce. Em termos mais concretos, inicialmente se tentou construir o Paraíso Terrestre com a cultura espiritual, mas como a sua concretização parecia impossível, apelou-se para a cultura científica. Os homens avançaram com força total. Entretanto como foi exposto anteriormente ao invés de se alcançar o Paraíso, chegou-se a um estado pior que o do próprio inferno: a iminência da destruição da humanidade, com a descoberta da bomba atômica. 

O fato, porém, é que embora se tenha chegado a uma época tão perigosa como a atual, os homens ainda não despertaram continuando a venerar a ciência materialista. Visto que finalmente chegamos á época da criação da nova cultura, é preciso conhecer de antemão como é esse grandioso plano. Naturalmente para que ele se concretize Deus se utiliza de um ser humano.Considerando que a pessoa escolhida sou eu, não é nada difícil entender a razão pela qual foi criada a Igreja Messiânica Mundial. Deus revela-me, a cada hora, o Plano do Paraíso e eu o ponho em prática conforme suas ordens. Ao mesmo tempo o que houver de útil na velha cultura será mantido, e o que não tiver utilidade será reformulado. 

Esse é o grande amor de Deus. Aquilo que não puder se tornar útil, infelizmente terá de ser destruído para sempre. E o que é isso senão o Juízo Final? Realmente, constitui um motivo de gratidão e também de temor. O fato é que, uma vez se tornando membro da Igreja Messiânica Mundial qualquer pessoa consegue manifestar um poder semelhante ao do Fundador de uma Religião. Um simples fiel manifestar milagres é coisa mais do que comum me nossa Igreja; é realmente, uma extraordinária graça material. 

Além disso, através dos nossos ensinamentos, esse fiel consegue captar a essência da vida, despertar para a verdade, melhorar sua vida cotidiana e ficar mais alegre; sustentado por inabalável fé, pode até mesmo vislumbrar o futuro. Assim, ele passa a viver com verdadeira Segurança e Tranqüilidade... (continuação no Livro Luz do Oriente volume: 1) 

20 de Novembro de 1950
(Extraído de “Noções sobre a Igreja Messiânica Mundial”)







Fonte: Livro: Luz do Oriente
(Biografia de Mokiti Okada)
Volume: 1 (Tradução Fundação Mokiti Okada)
3. Edição – São Paulo – Abril/99


















Poemas de Meishu-Sama (Mokiti Okada)


Poemas de Meishu-Sama (Mokiti Okada) 

Zuiun-Kyô, a Terra Celestial (Atami)

Sorriso das flores,
Cânticos de centenas de aves,
Do Paraíso
A situação retrata
Eis a Terra Celestial

Toda ás vezes
Cantam aos quatro ventos
Na Terra Celestial estando,
Consegue-se esquecer
As aflições do mundo.

Do exterior, no futuro,
Também virão
Pessoas reunir-se
No Paraíso
Sem igual no mundo.



Atami é realmente um local maravilhoso e ideal. De clima ameno, com estância de águas termais, montanhas, mar, praias de linhas sinuosas, paisagens variadas com uma vista fabulosa, não encontra outros locais que se lhe comparem. Além do mais, conseguimos adquirir, uma após outra, as terras mais expressivas de Atami, em termos de beleza paisagística. 


Não resta a menor dúvida de que desde a mais remota era, Deus a tenha preparado assim se expressou Meishu-Sama. Por conseguinte, podemos dizer que o Solo Sagrado é o local determinado pela Providência Divina. 

Atualmente tem uma área de 176.000m2. No inicio, o local estava coberto de árvores e vegetações e não existia nem o que poderíamos chamar de trilhas. 

A Construção do Solo Sagrado foi iniciada na primavera de 1946, sob a direção de Meishu-Sama. Os fiéis de todos os recantos do País reuniram-se dando continuidade aos trabalhos através de uma sincera dedicação. Mas naquela época, em que não existiam máquinas como hoje, a Obra era considerada de grande envergadura. Apesar de dispor de pouco tempo, Meishu-Sama visitava o local, dando orientações estudando novos projetos e dirigindo palavras de carinho, agradecimento e incentivo aos fiéis que estavam dedicando. 

Certa vez, Meishu-Sama expressou-se da seguinte maneira: ”Quando fico de pé neste local, surge-me de imediato uma boa idéia. Seguindo-a vou dando continuidade á construção”. 

Agindo de acordo com a orientação recebida de Deus, Meishu-Sama desenvolveu a construção de Solo Sagrado, e no ano de 1954, a Terra Celestial tomou o aspecto com o qual se apresenta hoje. 


Shinsen-Kyô, a Terra Divina (Hakone)

Por magníficas flores
Rodeadas,
Domar e da montanha
Nossa vista não se cansa
Eis a Terra Divina
Ninguém ainda
Nem em sonho imaginou
O jardim único
Que construí
Meu espírito está satisfeito.

Monte e água,
Exclusivamente, era
A Montanha de Hakone
Nela, plantando flores,
Construo o Paraíso.

O Shinsen-Kyô, cuja área é de 76.000m2, está localizado na cidade de Hakone, bairro de Gora, no ponto Central do Monte “Hakone Soun-Zan”, a uma altitude de 600 metros. Em maio de 1934 Meishu-Sama mudou-se de Tóquio (Hôzan-so, bairro de Tamagawa) para hakone. Naquele tempo o local estava cheio de arbustos, de uma espécie de bambu pequeno chamado “Kumazassa” de pedras e de rochas. O abandono era tão completo que, mesmo as passagens, eram difíceis de serem encontrados. 

Imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, Meishu-Sama iniciou ali, a construção do que seria o protótipo do Paraíso Terrestre. Nessa época, no Japão, havia carência de materiais para construção e até mesmo de provisões, mas, orientando os dedicantes, Ele deu andamento á Obra, envolvendo com amor as mínimas coisas tais como o capim ou uma pedra. Levou sete anos para concluí-la. 

Heian-Kyô, a Terra da Tranqüilidade (Kyoto)

Ali e acolá,
Bambuzal se vê.
No jardim passeando,
Chuva de primavera
Chove mansamente

No profundo verde,
Sopé do monte,
O lago Hirossawa
Límpido, como é belo
O campo de Sagano...


Dentro da cidade de Kyoto, o “Heian-Kyô, localizado no distrito de sagano, é a região que ainda possui as características da era Heian (794-1192). Em outubro de 1952, Meishu-Sama determinou que esse lugar fosses o Solo Sagrado. Disse que, dentro da Obra Divina, o Solo Sagrado de Hakone, Atami e Kyoto estão em relação de trilogia e que através da realização plena e conjunta dos três é que será concluído o protótipo do Paraíso Terrestre. 

A área do Shunju-Na (Vila Primavera – Outono) é de 47.000m2 e a do Tihan-tei (Vila Beira do Lago) 800m2 




Poemas do Fundador Meishu-Sama
Álbum (Solo Sagrado)
A Terra Natal das Nossas Almas
Volume: “Primavera e Verão”
Edição: Maio/1980 – (Tradução Igreja Messiânica Mundial do Brasil)

















SIMBOLOGIA



“SIMBOLOGIA / O LEQUE”

Na Antiguidade, o leque simbolizava a fertilidade e a benevolência de Deus. Logo, tornou-se artefato freqüente utilizado em ritos religiosos, tanto em oferendas de sacrifício feitas pelos romanos e egípcios, como na cultura oriental.
Uma vez que se acreditava que os Deuses tomavam a forma de humanos, através dos grandes imperadores e governantes, o leque tornou-se um emblema real e religioso, representando esta idéia. Os murais das tumbas dos faraós registram a importância sagrada dos leques no antigo Egito. Na Índia, os leques eram confeccionados com as penas de “olho” dos rabos de pavões, simbolizando a vigilância e magnificência do rei. Os padres cristãos reconheciam a praticidade dos leques e incluíam também em suas cerimônias, ao ar livre, o uso de um pequeno leque em forma de abanador, prática abandonada na Idade Média, com a construção das igrejas e templos.
A partir daí, o leque tornou-se um artefato popular e essa popularização foi facilitada pelos portugueses em suas várias viagens comerciais ao oriente. O leque portátil dobrável foi um item artesanal tradicional cultivado no próprio Japão. Os modelos mais antigos, os leques hinoke, eram feitos de ripas finas de madeiras hinoke de cipreste, que eram reunidas em forma de leques e coladas. Os leques tornaram-se um artefato comum entre os nobres e a decoração deles evoluiu, sendo utilizadas lâminas de ouro e prata. Mais tarde, a moda migrou para, a Europa e até mesmo os nobres da dinastia de Bourbon, na França, adotaram os leques coloridos em grande estilo.
Na Era Vitoriana, eles eram utilizados também como meio de entretenimento e como expressão artística. Nesta época, foram organizadas as primeiras exposições artísticas do artefato.


A SIMBOLOGIA NA CULTURA ORIENTAL

SORTE
Utilizado com o nó de abertura para frente, significa abrir a sorte, quando se abre o leque perto da pessoa. Na cerimônia de casamento, bodas de prata e de ouro (leque com lado dourado e outro prateado), é utilizado pela noiva para dar sorte ao matrimônio.
RESPEITO
Usado entre os samurais. Pelo código daqueles guerreiros, ao encontrar-se com seu superior, o samurai não pode utilizar a espada, e em atitude de respeito e demonstração de total confiança, ele substituía a espada pelo leque.
PROTEÇÃO
Se, de repente, alguém atacasse o samurai – guerreiro experiente e capaz, este utilizava o leque como objeto de defesa, para proteger-se, e não para atacar.





“SIMBOLOGIA / O TSURU”

A cegonha, também chamada de tsuru, conhecida, como a “ave do eremita”, desde a Antiguidade era utilizada, pelos eremitas como meio de locomoção. Ela também é respeitada por possuir vida longa. Para os orientais, tem uma grande simbologia.





O PÁSSARO DA PAZ

Desde os primórdios, a cegonha e a tartaruga(“Kame”) vêm sendo venerados como animais sagrados e simbólicos da longevidade.Na expressão a “cegonha vive mil anos e a tartaruga 10 mil anos”, as palavras “cegonha e tartaruga”significam “felicitações pela boa sorte”. Mokiti Okada, filósofo espiritualista e criador do estilo sanguetsu de ikebana, gostava de objetos festivos que traziam sorte. Diante do significado das letras “tsuru” e “kame”, esta caligrafia escrita por ele expressa boa sorte.


“A LENDA DO TSURU”

Tempos atrás, em uma terra distante, vivia um jovem. Um dia, enquanto trabalhava em sua fazenda. Uma ave branca caiu no chão aos seus pés, com uma flecha fincada no meio de sua asa. Pegando-a com cuidado, o jovem tirou a flecha e limpou o machucado. Agradecida, a ave estava apta a voar novamente. Então, o jovem mandou-a de volta ao céu, dizendo: “Tome cuidado com os caçadores”. A ave circundou três vezes sobre a sua cabeça e deixou uma lágrima, como se estivesse agradecendo, e foi embora. Assim que o dia começou a escurecer, o jovem voltou para casa. Quando chegou, ficou surpreso ao encontrar uma linda mulher na porta, que nunca tinha visto antes.

“Bem vindo á sua casa. Eu sou a sua esposa”, disse a mulher. O rapaz ficou surpreso e disse: “Eu sou muito pobre, não posso sustentá-la”. A mulher respondeu, apontando para um pequeno saco: “Não se preocupe. Eu tenho muito arroz, estava até fazendo o jantar”. O jovem ficou confuso, mas os dois começaram uma vida feliz. O saco de arroz, misteriosamente, sempre permaneceu cheio. Um dia, a esposa pediu ao rapaz para lhe construir um quarto de costura. Quando ficou pronto, ela disse: “Você deve prometer que nunca vai entrar”. Assim, ela foi para o outro quarto. O rapaz esperou pacientemente até ela sair.

Finalmente, após sete dias, o som da máquina parou e sua esposa, muito magra, apareceu segurando a peça de roupa mais bonita que ele já havia visto. “Pegue esta peça de roupa e vá vendê-la no mercado por um alto preço” disse ela. No dia seguinte, o jovem levou a roupa para a cidade e a vendeu por várias moedas, voltando para casa muito feliz. A esposa retornou ao quarto para costurar. Curioso em saber como ela costurava as roupas maravilhosas sem linha, o rapaz resolveu dar uma espiada no quarto, e se surpreendeu.

Em pé, perto da porta, descobriu o segredo de sua esposa. Foi um grande choque: no seu lugar, estava a ave que ele havia salvado, sentada á máquina, costurando roupas com suas próprias penas em vez de linhas. A ave, como notou a presença do rapaz, disse: “Eu sou a ave que você salvou. Queria recompensá-lo me tornando sua esposa, mas agora você descobriu a minha verdadeira forma e eu não posso mais ficar aqui“. Assim, “com mais uma roupa pronta em suas mãos ela disse: Eu deixo isto pra você lembrar-se de mim”. A ave, então, voou em direção ao céu e desapareceu para sempre. 



SIMBOLOGIA / A CABAÇA

O ”HYOTAN”


(Cabaça- Planta herbácea), também conhecido como “hisago”, aparece na literatura clássica japonesa em textos como o “kojiki”(livro de mitologia) e no “Engishiki”(código de leis). No sentido original, significa “invólucro da alma e do sentimento”. Originária da Índia, da família das cucurbitáceas (trepadeiras), a cabaça é semeada na primavera e uma trepadeira que cresce o ano todo. A florada acontece em agosto e sua haste varia de 5 a 8 centímetros. Sua flor floresce á noite e dura um dia. É uma planta dióica, cujas flores são brancas. O seu fruto é estreito na parte central e pode ter tamanhos variados. E, mais do que as flores, ele é utilizado, principalmente, como utensílio. Como o seu caule é frágil, a cabaça quase não é utilizada como material de ikebana quando presa ao caule. Em vivificações como Moribana ou em jarros, pode-se utilizar somente o fruto da cabaça no meio do material principal. O tamanho dela varia desde as pequenas como a “sem-nari-hyotan”(uma de suas espécies) até as muitos grandes. Há ocasiões onde elas são pintadas ou envernizadas e utilizadas em composições como objetos abstratos.







Fonte: Revista/ A Sagrada Arte do Ikebana /N. 01
Editora: Mythos Editora – São Paulo /SP.
Págs.: (6/7 36 a 43)





Osu Kaminaezu Summer

Verão no centro do Japão










Fonte: Fotos: Alexandre Mauj Imamura
Site: lostinjapan.portalnippon.com
(Todos os direitos reservados) 
(É proíbido a cópia ou publicação sem permissão do autor)

Feng - Shui e as Energias da Vida


FENG-SHUI E AS ENERGIAS DA VIDA


Muito tem se falado sobre a polaridade das energias no Feng-Shui e suas relações com a vida diária. Algumas vezes, vemos certas confusões que nascem de conceitos errados, introduzidos por meio de traduções equivocadas e idéias fora de contexto, que surgem em virtude da distância sócio-cultural e de interesses das forças intelectuais em ação.

Antes de qualquer coisa é importante situar de onde vem à maior parte da literatura sobre o assunto no ocidente. Durante o século XIX, iniciou-se uma verdadeira invasão de escritos e traduções de textos referentes ao Extremo Oriente, principalmente na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Nesse período, o homem ocidental acreditava ter acessado todo o conhecimento do mundo, e os países orientais eram vistos como um conjunto de povos atrasados e supersticiosos, cuja contribuição para o restante do mundo seria no máximo seus escritos capazes de ajudar a entender melhor a história dos povos bárbaros.

Com essa postura permeia-ás vezes até de forma inconsciente o trabalho de diversos autores, ocorreram várias distorções que tiraram o real significado das palavras colocadas delicadamente em manuscritos contendo, em muitos casos, mais de seis mil anos de sabedoria. Era um período em que predominava uma filosofia racionalista vendo o mundo claramente dividido entre certo e errado, bonito e feio, bom e ruim, positivo e negativo, e a única forma de concertá-lo era destruir o ruim e o negativo, fazendo predominar as coisas certas e positivas. Essa postura se refletiu nas transcrições para o ocidente da teoria do yin e yang, pois nada parecia mais justo do que consertar os textos dos tolos orientais. Com isso, uma das mais belas explicações sobre o funcionamento do cosmo e da vida foi colocada sob a perspectiva de um mundo desenhado em preto e branco. A natureza mutável das energias é ferida quando colocada dentro do conceito rígido de positivo e negativo e é claro que, no século XIX, as coisas iriam ainda mais longe, pois analisando as tabelas comparativas oriundas daquele período e aceitas como lei por várias “intelectuais” da Nova Era vemos coisas assim:
- Yang: positivo, homem, branco, ativo, estar acordado, luz, força.
-yin: negativo, mulher, preto, passivo, dormir, escuridão, fraqueza.

Partindo dessa idéia, devemos supor que negativo, é ser mulher, ter cor escura; e positivo é ficar acordado, ser homem, ter a cor branca. Muitas pessoas argumentam que essa distinção vem dos textos chineses e que os tradutores apenas colocaram no papel aquilo que leram. Para quem não conhece bem o idioma chinês, isso pode até parecer verdade, pois na maior parte das línguas encontramos similaridades entre as palavras e seus significados. Contudo, no chinês e, sobretudo no mandarim antigo isso fica muito longe da verdade. Primeiro, por que falamos em ideogramas, que nada mais são do que desenhos interpretados e que permitem uma centena de transcrições diferentes; em segundo lugar, os textos são feitos em forma de poesia, repletos de metáforas. Colocando isso de maneira clara, podemos dizer que em filosofia chinesa, dependendo do grau de instrução, a pessoa pode ler transcrever o que ela bem entender.
Tais textos foram apresentados dessa forma para ocultar a verdade daqueles que poderiam fazer mau uso dela. Só que, para os ocidentais, essas traduções se tornaram motivo de reverência e perpetuaram erros cometidos há dois séculos. Por isso, quando os chineses apresentam a idéia de yin e yang, na verdade não falam da teoria polarizadora desenvolvida no ocidente, mas de algo bem diferente e mais amplo.

O REAL SIGNIFICADO
Para avançarmos nesse entendimento é necessário partir na direção do significado de outros dois padrões energéticos chineses: a idéia de ch’i e sha. Essas duas formas de força representam diferentes estados e vibrações energéticas. Em uma definição simples e direta, ch’i é a energia da vida que nos alimenta, move e atua em nossos xacras e meridianos. Já o sha é a energia prejudicial á vida, que atua no sentido de gerar bloqueios ou energias que sugam as forças vitais, atuantes em um determinado meio ou ser. Desta maneira, o yin ou yang tanto podem ser ch’i como sha, dependendo de uma série de outros aspectos. Para a filosofia antiga não havia uma simples polaridade de opostos, porque na verdade existem quatro tipos de energia, e não apenas duas. Então, o que determina essas características? Vou usar um exemplo: Imagine um copo de água. Para saciar sua sede, você deve bebê-la. Aqui, a água possui uma característica yin, pois está parada, passiva. Mas essa característica yin, não é preponderante – a água possui em si o dinamismo das energias que a compõem, equilibrando o estado em que se encontra.

Isto é, ela tem energia yang em si, equilibrando seu estado yin, parada no copo. Por isso ela é ch’i e alimenta o corpo. Agora, numa situação extrema: deixe a água parada algumas semanas e ela se tornará yin demais, perdendo o equilíbrio e virando sha. Se tomar essa água ela prejudicará o corpo. Mas isso não significa que o yang é bom, pois no copo a água está em estado, yin, mas não em um extremo. O extremo é que a transforma em sha. E uma água com característica yang? Imagine a água de uma nascente, em movimento dinâmico. Ela seria ch’i, pois nutre e sacia a sede.

Agora imagine colocar essa água em uma mangueira de alta pressão: se tentar bebê-la, você poserá machucar a boca, a menos que coloque um anteparo (elemento yin) para reduzir a pressão. Assim mesmo, a energia sendo yang (dinâmica) se estiver em um extremo do dinamismo se tornará destrutiva, transformando-se em sha. Conclusão: O que determina se a água é ch’i ou sha é ela estar em equilíbrio ou num extremo.

PROSPERIDADE E FELICIDADE

Você deve estar se perguntando qual significado isso pode ter em sua vida. Bem, vamos falar de algo prático: o seu bolso. Como tudo na vida, a prosperidade é a mola propulsora que permite a realização das expectativas humanas na terra. A energia envolvida na prosperidade nos leva muitas vezes por caminhos tortuosos, quando na verdade tudo é muito simples. Imagine as pessoas como vasos cheios de prosperidade, todos interligados não havendo pessoas sozinhas, todas conectadas entre si. Essas pessoas se comunicam passando e recebendo energia da prosperidade umas para as outras.


Agora, imagine uma pessoa que resolva ficar com toda a sua prosperidade para si, sem compartilhá-la com ninguém. O que ocorre depois de alguns anos como toda energia que fica estática durante muito tempo é que essa prosperidade vira sha, isto é torna-se prejudicial á vida, matando a pessoa aos poucos. Esse processo também ocorre, mas de maneira inversa, com aquelas pessoas que dão tudo de si para os outros. Nesse caso, o sha se forma pelo extremo dinamismo da energia, que não alimenta o corpo e se esvai da pessoa, destruindo-a (quem não conheceu alguém que era muito bom e morreu na penúria ou doente?). Viemos-nos a esta vida para atingir nosso potencial máximo, viver plenamente e com prazer, não apenas para servir de escada para os outros. Mais uma vez, o equilíbrio se torna uma peça fundamental na administração das energias.

FORÇA CORROMPIDA

Além desses exemplos, existe outro que pode ser bem interessante: uma pessoa que possui dinheiro, mas não prosperidade. Como isso é possível? Na verdade, a prosperidade vem em maior ou menos grau dependendo de quanto nós trocamos com o mundo, de quanto colocamos em movimento aquilo que recebemos. Alguém que aproveita bem as chances que a vida lhe dá, acumulando o necessário para ir adiante com seus planos de crescimento e distribuindo o excedente para quem precisa, mas esquece outros aspectos de sua vida, como o amor próprio, a saúde, etc.. Colocando o enriquecimento em primeiro plano, sem dúvida obterá abundância material externa, mas acaba sofrendo do coração ou outras doenças. Em outras palavras, a pessoa possui dinheiro, mas não prosperidade; ela não tem amigos ou pessoas que a amém pelo que é mais pelo que tem.

Outras situações que nascem da energia danosa sha referem-se àqueles que dizem não ser amados por ninguém, que não conseguem achar um companheiro ideal. Na verdade, essas pessoas transformaram o próprio amor em sha por um egocentrismo exacerbado, alimentado por uma enorme carência afetiva. Isso faz com que elas represem a titulo de compensação, o amor dentro de si mesmo.

E ISSO É FENG-SHUI?

Sem dúvida, pois Feng-Shui é o estudo das forças que permeiam o ambiente e a vida das pessoas, permitindo compreender essas energias e colocá-las no curso adequado para o desenvolvimento e construção de uma vida plena. A real filosofia chinesa leva á aceitação da vida e á sabedoria de como as energias atuam nela. Esse é o elo perdido, a peça que falta nos cursos de feng-Shui: ir além da decoração de ambientes, além das cores e do Pa-kua(ou Ba-Guá), ver a vida como um todo e transportar essa compreensão para o dia-a-dia.

O que está escrito aqui você pode não encontrar em livro algum, pois essa é a pura tradição oral do Feng-Shui, a forma verdadeira de transmissão do antigo conhecimento, pois ele atinge a aura do ouvinte e não a sua mente, tornando-se parte de seu ser. Feng-Shui, na verdade é a ciência da harmonia entre o céu, o homem e a terra como prefaciavam o l Ching.

Qual a medida real daquilo que devemos devolver á vida para ter mais prosperidade?

1.Não se preocupar demais. A preocupação não leva a coisa alguma. Se resolvesse algo, bastava se preocupar e todos os problemas estariam resolvidos.

2.Rir bastante. A vida com humor é a coisa mais linda que existe! Nós podemos reconhecer um mestre de verdade por sua capacidade de rir de si mesmo. Se ele for carrancudo, pode ser tudo menos um mestre.

3.Ao agir como descrito acima você irá se abrir para a vida e a prosperidade, o primeiro passo para devolver ao mundo o que ele lhe deu. Ao levar felicidade e calma as pessoas, você as contagia. Tal atitude, por si só, liberta miasmas e o sha dos outros.

4.Quando tiver fome, coma. Quando tiver sono, durma. Esse é um ditado zen usado para exemplificar como o zen atua em nossas vidas. É uma forma de fluir naturalmente com as correntes vitais.

5.Se quer receber algo, veja como você atua na sua vida, dando aos outros o que gostaria de ter para si. Atenha-se ao essencial, mas não esqueça: dar demais também gera sha. Se quiser tudo na vida, não dê tudo que tem.

6.O dinheiro não é ruim. Ruim é o uso que podemos fazer dele.

7.Valorize-se. Se não fizer isso, quem você pensa que vai fazer?





Fonte: Revista/ Sexto Sentido
(A Revista do Novo Milênio) n. 23 – julho/2001
Mythos Editora (www.mythoseditora.com.br)
Págs.: (32 /35)

Saudação á Álvorada

SAUDAÇÃO Á ALVORADA 

Cuida deste dia!

Ele é a vida, a própria essência da vida.

Em seu breve curso

Estão todas as verdades e realidades da tua existência:

A bênção do crescimento,

A glória da ação

O esplendor da realização

Pois o dia de ontem não é senão um sonho.

E o amanhã somente uma visão

Mas o dia de hoje bem vivido

Transforma os dias de ontem

Num sonho de ventura.

E os dias de amanhã numa visão de esperança.

Cuide bem, pois do dia de hoje!

Eis a saudação á alvorada!


(Poema escrito pelo Famoso Dramaturgo) 
           (Indiano Kalidasa) 




               “AMIGOS SÃO PARA SEMPRE” 

Imagine que você tenha uma conta corrente, e a cada manhã você acorde com um saldo de cinqüenta mil reais que não é permitido transferir o saldo de hoje para amanhã. Todas as noites ele vai ser zerado, mesmo que você não tenha conseguido gastá-lo. O que você faz? Irá gastar cada centavo, é claro!

Isso se chama “TEMPO”

Todas as manhãs são creditadas para cada um de nós cinqüenta mil segundos. Todas as noites esse saldo é debitado, como perda. Ele não é transferível para o dia seguinte. Todas as manhãs a sua conta (do seu tempo) é reiniciada, e todas as noites as sobras do dia se evaporam. Não há volta! Você precisa gastar seu crédito vivendo, no presente o seu saldo diário! Invista então no que for melhor na sua saúde, felicidade e sucesso! O relógio está correndo. Faça o melhor para seu dia-a-dia! Para perceber o valor de UM ANO, pergunte a um estudante que repetiu o ano! Para perceber o valor de um mês, pergunte para uma mãe que teve seu filho prematuramente! Para perceber o valor de uma semana, pergunte a um editor de um jornal semanal! Para perceber o valor de uma hora, pergunte aos amantes que estão esperando para se encontrar! Para perceber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o trem! Para perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente!Para perceber o valor de um milésimo de segundo, pergunte a alguém que ganhou uma medalha de prata numa Olimpíada!

Valorize cada momento que você tem!
E valorize mais por que você deve dividi-lo com alguém muito especial. Especial o suficiente para gastar o seu tempo junto com você!

Lembre-se: O tempo não espera por ninguém!

Ontem é história, O amanhã é um mistério, O hoje é Dádiva! Por isso é chamado de Presente!.

Amigos são como jóias raras. Fazem-nos sorrir e nos encorajam para o sucesso. Eles nos emprestam o seu tempo nos ouvindo, dividem conosco palavras de conforto, e sempre estão dispostos a abrir o coração para nós. Mostre a seus amigos que você os estima muito... Não tenha vergonha de ser amoroso, educado, gentil.

Deixe seus amigos saberem o quanto você os aprecia e o quanto eles significam para você. E faça novos amigos. Afinal, “amigos é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito... dentro do coração”. Pense, aja e fale de modo a ocupar, também, esse espaço especial no coração de alguém.

Amigos verdadeiros são como Diamantes Eternos.

(Humor e Reflexão)
Jornal Messiânico / N.316
(IMMB – Outubro / 1999)

Participando da Construção do Solo Sagrado do Japão


PARTICIPANDO DA CONSTRUÇÃO DO SOLO SAGRADO 

ENTREVISTA COM :
YOSHITARO KATSUMATA
Jardineiro – Chefe do Solo Sagrado de Hakone
ISSAO MORIMOTO
Jardineiro – Chefe do Solo Sagrado de Atami



Repórter: A construção dos Solos Sagrados de Hakone e Atami foi desenvolvida sob a orientação direta de Meishu-Sama e com a dedicação dos fiéis oriundos de todo o Japão. Naquela época, o País ainda não estava livre da situação confusa de pós-guerra, e faltavam inúmeros materiais e maquinários para a construção. Ouvi dizer que só foi possível contar com a força humana. Escavar montanhas, aterrar vales, amontoar pedras, transplantar árvores, só se conseguiu realizar essa grande obra, de acordo com a Providência Divina, graças á Fé absoluta que os fiéis depositaram em Meishu-Sama, cujo desejo era construir o protótipo do Paraíso Terrestre, e graças ao intenso espírito de dedicação, não é? 

Vamos aprofundar o nosso conhecimento sobre os acontecimentos daquela época ouvindo os senhores Yoshitaro Katsumata, Jardineiro /Chefe do Shinsen-Kyô de Hakone, e Issao Morimoto, Jardineiro/Chefe do Zuiun-Kyô de Atami,os quais ao lado de Meishu-Sama, encabeçaram o grupo de dedicante durante a construção do Solo Sagrado. 

Em primeiro lugar, indaguemos por menores sobre os cuidados que Meishu-Sama dispensava aos dedicantes e trabalhadores. 


Katsumata: Parece-me que foi em 1948 ou 1949, ano em que se desencadeou o tufão Ion. Com esse acontecimento, a estrada de Miyaguino (Hakone) afundou dois metros, formando-se um rio enorme; dentre os nossos trabalhadores, houve dois ou três que tiveram suas casas arrastadas pela correnteza, e muitos outros sofreram grandes prejuízos, em virtude das inundações. Todos estavam em dificuldades, principalmente por que era uma época precária em alimentos. 


“Isso é muito grave”, disse Meishu-Sama ao saber da situação. Embora ele não tivesse fartura de alimentos, repartiu seu arroz entre os flagelados. Além disso, recebemos bastante ajuda monetária e também outros auxílios que, nos emocionaram a ponto de nos fazer chorar. 


Morimoto: Em Atami aconteceu a mesma coisa. Em virtude do racionamento do arroz, eu estava em dificuldades. Ciente disso, Meishu-Sama repartiu o seu comigo dizendo: ”Quando se trabalha para Deus sentindo fome, o serviço não sai bem feito. Por esse motivo, dê uma porção para cada um”. Houve uma época em que recebíamos arroz todos os dias. Uma vez, Meishu-Sama perguntou: “Vocês conseguiram fazer moti? (Bolo de formato redondo, feito de um arroz especial socado). É uma iguaria que se come por ocasião de certos festejos, especialmente no Ano Novo. “Como o arroz está racionado, só conseguimos fazer uma pequena quantidade”- respondemos. “Então vamos repartir o moti” – disse ele. Depois dessa conversa, muitas vezes recebemos do “moti” colocado entre as oferendas de Ano Novo. Eu também me lembro do que o Sr. Katsumata acabou de dizer. Realmente, naquelas ocasiões, a alegria era tão grande que eu não continha as lágrimas. 



Katsumata: Não partiu de nós a ideia de pedir, nem tampouco me lembro de ter expressado um ar de tristeza. Apenas nos limitamos a responder á pergunta que Meishu-Sama nos fez. Como era uma época ruim, em que havia falta não só de alimentos mas de quase tudo, Meishu-Sama também estava em dificuldades. Mas, sem se importar muito com isso, preocupava-se conosco, em todos os sentidos, coisa que outras pessoas não conseguem fazer. 



Morimoto: É verdade. Mudando de assunto. Foi na época da substituição do velho ien pelo novo. Quando comecei a servir na Igreja, ainda trabalhava por empreitada, em outros lugares. Ao término de um serviço que pegara, o patrão me disse que não era possível me pagar o valor do novo ien então lhe pediu que fizesse o pagamento com base no valor do antigo. Entretanto, com o que recebi não me foi possível pagar ao meu empregado, e tive prejuízo. Por causa desse acontecimento, quando me encontrei com Meishu-Sama, perguntei-lhe como seria o pagamento e ele me respondeu que eu não precisava me preocupar. 



Repórter: Extraordinário! De imediato. Ele pressentiu as preocupações dos trabalhadores e, com essa resposta, tranqüilizou a todos. E o que me diz sobre as orientações a respeito do trabalho? Katsumata: No começo, o encarregado era o Senhor H, mas depois o encargo passou a ser meu. Recebia ordens e fazia o trabalho de acordo com a orientação recebida, sempre pedindo a vistoria de Meishu-Sama. Ás vezes surgia contradições entre o que Meishu-Sama dizia e as ordens dadas pelo senhor H. Então, Meishu-Sama chamava-lhe a atenção com todo o rigor, dizendo: “O senhor está valorizando muito seu sentimento. Que utilidade tem isso na construção do protótipo do Paraíso Terrestre?” Escutei essa repreensão três vezes, mais ou menos. Depois comecei a receber ordens diretamente de Meishu-Sama e não recebi muitas censuras. Acho que eu não era muito desobediente...




AS PALAVRAS DE MEISHU-SAMA SE CONCRETIZAVAM 

Repórter: Obediência em primeiro lugar, não é mesmo, senhor katsumata? Durante a construção do Solo Sagrado de Hakone quais eram os períodos em que Meishu-Sama lhe dava orientações? 


Katsumata:  durante o verão, por ocasião da sua estadia em Hakone. De junho a setembro mais ou menos. Todos os anos, no dia 30 de setembro ou um. De outubro, ele ia para Atami, para só voltar no ano seguinte. Três a quatro dias antes indicava as tarefas que deveriam ser cumpridas. De acordo com as ordens recebidas, trabalhávamos até junho do ano seguinte. 


Só houve uma vez em que eu ficasse em dúvida. Foi com relação ao tempo previsto para a construção do Lago; mas tudo ocorreu de acordo com o que Meishu-Sama havia dito. 


Repórter: Que Lago? 



Katsumata: O lago que existe ao lado do templo da Luz do Sol. Aí, cavando conforme a ordem de Meishu-Sama encontrou rochas. Ele olhou a composição do terreno e disse: ”Como é difícil cavá-lo, vai demorar um ano para o lago ficar pronto”. Limitou-se a dizer isso e partiu para Atami. Até então, ele sempre dava ordens a cada três dias, depois de vistoriar uma ou duas áreas. Em caso especial, chamava-me ao Solar da Contemplação da Montanha e dava as explicações adequadas. Só no caso do Lago, isso não aconteceu. Fiquei preocupado, pois Meishu-Sama indo para Atami, eu não o encontraria por um bom espaço de tempo. Não sendo muito grande o lago, calculei que não levaria muito tempo para ser concluído e pus-me a pensar no que faria quando ele estivesse terminado. 


Porém, ao começar a cavar o solo, verifiquei que as rochas eram vulcânicas, duras de escavar, o que dificultava muito o trabalho. Portanto, conforme a previsão de Meishu-Sama, trabalhando com afinco, a conclusão do lago levou exatamente um ano. Começamos essa obra no fim de setembro, quando Meishu-Sama, foi para Atami, quando ele retornou a Hakone, em junho do outro ano ainda estávamos enfileirando as pedras. Imediatamente ele mandou que as colocássemos num nível bem mais elevado; além disso, deu-nos instruções pormenorizadas a respeito. O lago ficou pronto justamente quando ele ia regressar para Atami, nesse mesmo ano, o que quer dizer que a construção levou exatamente o tempo previsto. 


Repórter: Em volta daquele lago, há pedras enormes. De onde as trouxeram? 



Katsumata: Trouxemo-las do terreno que está situado abaixo dos Sepulcros Sagrados. Ali havia inúmeras pedras, e nós não sabíamos onde colocá-las. “Traga as edras de lá e utilize-as”, disse Meishu-Sama. E assim foi feito. Somente uma delas a maior e mais alta não veio de lá, mas do local á esquerda do “hall” de entrada do templo da Luz do Sol. Estava numa posição um pouco mais alta do que este, e, de lá dava para pular em cima do telhado do “hall”. Já tinhamos colocado a pedra mais ou menos no lugar predeterminado, quando Meishu-Sama nos instruiu para afastá-la um pouco mais. Como era muito pesada, se não escavássemos fundo não poderíamos movê-la, por isso deu bastante trabalho. Movíamo-la pouco a pouco. 


Morimoto: Ouvi dizer que havia duas pedras enormes numa das obras do Solar da Montanha Divina. 

Katsumata: Sim, as pedras do lago que ali existe. Essas também são grandes. Coloquei-as naquele lugar pensando em harmonizá-las com o lago. Meishu-Sama,olhando o nosso trabalho, instruía-nos sobre a altura em que elas deveriam ficar, ou se seria preciso colocá-las mais para dentro ou mais para fora, fazendo assim , as devidas correções. 


Morimoto: Normalmente, os especialistas fazem um bom trabalho e a maioria das pessoas fica satisfeita. 



Katsumata: Minha intenção, ao colocar aquelas pedras, era que elas sempre parecessem grandes, de qualquer lado que fossem vistas. Assim, não queria modificar sua posição. Entretanto as instruções de Meishu-Sama estavam baseadas apenas no ângulo de visão através do qual as pedras deveriam ser apreciadas, de modo que, num relance de olhos, ele disse: “Faça assim “ 





A FORMA COMO MEISHU-SAMA DAVA VIDA ÁS PEDRAS 



Repórter: No jardim de musgos também há grandes pedras, não é? 



Katsumata: Aquela ali também é bem grande. Está enterrado mais ou menos um metro abaixo da terra. As outras não. Sempre que lidamos com pedras, fazemos tudo para que elas pareçam bem grandes, mas Meishu-Sama pensava de modo diferente. Para ele, o importante, quer se tratasse de pedra grande ou pequena, era utilizá-las de acordo com o lugar apropriado, dando-lhes vida. Assim, certa vez, quando ele mandou que abaixássemos umas pedras, colocamo-las um metro dentro da terra.


Além disso, colocamos uma quase plana em frente ao Templo da Luz do Sol, enterrando-a, também mais ou menos um metro. Isso por que Meishu-Sama, dissera: “Se ela ficar muito alta causará má impressão”. Realmente, depois de colocada, ficou muito melhor da forma como Meishu-Sama falou. 


Repórter: A sua maneira de utilizar as pedras era bem diferente daquela empregada por todos os jardineiros que tinham existido até então, não é? Imagino que, no começo, devem ter ficado perdidos... 



Katsumata: Acho que no primeiro ano sim, mas por mais que um especialista pense e procure fazer o melhor, o que é ruim, não deixa de ser ruim. Como a colocação das pedras ficava melhor quando eu agia conforme a instrução do Mestre considerou que o essencial era ser obediente. Mais tarde, fui compreendendo por que Meishu-Sama dizia para colocar uma pedra de determinado modo. Por isso, hoje em dia, ajo como ele: logo que percebo uma falha, procuro corrigi-la rapidamente. 



Repórter: O Sr. Morimoto, no começo, trabalhava fora, e, ao mesmo tempo, para Meishu-Sama. Depois, passou a trabalhar apenas para Meishu-Sama, isto é, para a Igreja. Penso que, até chegar a esse ponto, ele deve ter passado por várias dificuldades. 



Morimoto: Foi na época em que comecei a trabalhar no Shinsen-kyô de Hakone. Certo dia, recebi um telefonema da sede provisória, situada no bairro de shimizu, em Atami, dizendo para que eu levasse três pés de sassa(uma espécie de bambu) até Hakone. Como pensei que qualquer pessoa pudesse plantá-los, levei um comprido, um médio e um curto. “Aqui estão” – disse eu. Com a intenção de deixá-los ali e voltar logo, fui embora, mas quando acabara de entrar no trem, o Senhor K veio correndo atrás de mim e disse: “Meishu-Sama pediu para que o senhor plantasse os pés de sassa”. 


Então eu respondi que, embora Meishu-Sama tivesse dito que eu deveria voltar e plantá-los, não havia necessidade, pois, naquele tempo ainda estavam lá o irmão mais velho do Sr. Katsumata e cerca de trinta jardineiros. A ele falou: “Não, Meishu-Sama recomendou que você mesmo os plantasse e por isso lhe peço que o faça”.Como eu fora indicado nominalmente pensei que era melhor obedecer, e então voltei. Quando perguntei o lugar em que deveria plantar os pés de sassa, disseram-me que seria atrás do Solar da Montanha Divina, na frente de uma rocha que havia no canto. 

Sem pensar na intenção de Meishu-Sama,ao determinar que eles fossem plantados ali,coloquei o pé de tamanho médio no fundo; em seguida, o mais comprido, e na frente, bem separado, o mais curto. Nesse momento, o Senhor H que estava ao meu lado, perguntou-me: “Por que plantou o mais curto afastado dos outros?” De imediato, eu respondi o que me veio á cabeça: “Tanto a raiz do bambu como a do sassa espalham-se nos lugares bem afastados, e aí nascem os seus brotos. Por isso, calculei que ele tivesse nascido aqui”. Mas acrescentei: “Se Meishu-Sama perguntou por que plantei dessa maneira, responda que o menor foi colocado no lugar onde a raiz se expandiu e nasceu o broto”. 

Dito isso, fui embora. Depois, fiquei meditando por que Meishu-Sama me mandara plantar aqueles bambus, e mais tarde, perguntei ao Senhor K o motivo daquela ordem. Ele respondeu que Meishu-Sama queria saber de que maneira eu plantaria. Então eu lhe disse que, se era esse o motivo, ele poderia tê-lo dito a mim, pois eu também tinha minhas próprias ideias sobre o assunto. Entretanto, segundo ele, Meishu-Sama havia pensado que eu plantaria o pé mais alto no fundo; em seguida, o médio no final o mais curto, e todos separados pela mesma distância. Contudo, ao olhar o modo como eu os plantara, ele disse que o jardineiro trabalhara como se estivesse vivificando flores. 


Repórter: Quer dizer que o senhor foi testado, não é? Meishu-Sama desejava saber se o senhor os plantara como se eles já tivessem sido plantados há muito tempo e crescidos naturalmente e, também até que ponto o senhor via as coisas de forma correta? Ele achou bom do jeito que o senhor plantou? 



Morimoto: Parece que sim. 



Repórter: Ele viu a sua capacidade, não é? 


“Não pude descansar um dia segue” 


Morimoto: Em Atami, depois que o Senhor K foi embora, passei a receber as ordens de serviço diretamente. Assim, pude trabalhar com mais liberdade. Entretanto, embora pensasse em descansar, não podia fazê-lo nem um dia segue. Se descansasse, outra pessoa receberia as ordens no meu lugar. Então, não se entenderia nem se transmitiria o sentimento de Meishu-Sama. Isso, porque as pessoas comuns apenas ouvem e dizem: “Sim, compreendi”. Ora, ouvindo apenas não se entenderia nada do que Meishu-Sama dizia, pois suas palavras eram poucas e ele não dava explicações detalhadas. Era por esse motivo que eu não descansava. Sabia com que pensamento Meishu-Sama dava as ordens e, para entendê-las mais concretamente, pedia-lhe que dessas ordens mais pormenorizadas. Por exemplo: Como eu não soubesse com que altura deveria fazer o monte do Jardim das Ameixeiras, e o terreno fosse um vale cheio de altos e baixos, disse a Meishu-Sama: “Gostaria que esperasse um pouco; vou colocar a demarcação”. Então, coloquei paus em todo o terreno e estiquei uma corda. Procedendo assim, recebi orientação concreta para leinfalivelmente,apareciam coisas que precisavam ser refeitas.



Repórter: Comumente, embora não estejamos satisfeitos, respondemos “sim”, mas é importante insistirmos na pergunta até ficarmos convencidos, como o senhor fazia. Entretanto, isso também exige coragem, não é? 



Morimoto: Como Meishu-Sama, quebrava o senso comum tradicional e construía jardins baseados num novo conceito de beleza, ninguém compreendia nada. Por isso, apenas ouvindo-o e respondendo “sim senhor”, embora não tivéssemos entendido o que ele dizia, não era possível compreender plenamente sua vontade, nem suas palavras. Talvez, Meishu-Sama tinha pensado que eu fosse meio ignorante, mas eu não me importava com o que ele pensasse, e por isso lhe fazia perguntas até entender o que ele queria. Não só na construção do Jardim das Ameixeiras, como também da Colina das Azaléias, a que me referi há pouco, utilizamos caminhões para jogar terra naquele lugar tão amplo, e assim as depressões foram aterradas, mudando muito a topografia do terreno. Era um trabalho realmente árduo no qual eu estava seriamente empenhado. Por isso, quando Meishu-Sama,dava alguma ordem, eu sempre lhe pedia para esperar um pouco, e colocava bambus e esticava cordas. 



Repórter: O Senhor devia ficar muito preocupado quando pedia que Meishu-Sama esperasse, não é? 


Morimoto: De fato. Mas, como eu estava trabalhando com seriedade, mesmo que ele me cobrasse o serviço, perguntando se ainda faltava muito, eu dizia; “Sim senhor ainda falta um pouco”. E, acabando de esticar a corda, pedia para que ele olhasse. Fossem quais fossem as reclamações de Meishu-Sama, dissesse ele o que dissesse, e por mais carrancuda que se mostrasse a sua fisionomia, eu insistia em que ele detalhasse seus planos: “É para fazer desta ou daquela maneira?” Só depois de satisfeito eu agia. 

Repórter: A julgar pelo que o senhor está dizendo, parece-me que, todos os dias, era uma luta séria não? 

Morimoto: Além disso, quando me dava as ordens, Meishu-Sama me fitava bem nos olhos, e por isso eu ficava com medo. Deve ter acontecido o mesmo com o Sr. Katsumata, mas eu trabalhava com o sentimento de que, estando ou não ali, Meishu-Sama sempre me observava. Se eu não trabalhasse com esse sentimento, não teria conseguido realizar aquela obra. Talvez por isso Meishu-Sama colocou-a sob a minha responsabilidade. 

Katsumata: Comigo aconteceu à mesma coisa. Nunca me veio ao pensamento que era desnecessário fazer tal coisa porque Meishu-Sama estava longe, ou que devia fazê-la por que ele estava perto. 

Morimoto: Até a uma pessoa como eu, Meishu-Sama sempre se dirigia assim: “Sr.Morimoto, venha aqui um instante...” Ele dava ordens chamando-me de “senhor”. Entretanto, nunca me disse palavras de elogio pelo que eu houvesse feito. Parece que me elogiava por trás, mas, diretamente, jamais falou que eu me saí bem numa tarefa. Quando ficava pronto um trabalho, como por exemplo, um serviço no Jardim das Ameixeiras eu dizia para Meishu-Sama apenas isto: “Está terminado”. Aí ele respondia: ”Hum.” como se o som saísse de dentro do abdome. Dando uma volta e encontrando uma árvore plantada, acrescentava: “Hum... plantou uma árvore aqui”... ”Sim plantei”, dizia eu. Ao ver outro lugar que já estava pronto, retrucava: “Hum. fez aqui também...” E eu: “Sim, fiz” A conversa se limitava a essas palavras. Nem Meishu-Sama nem eu entrávamos em pormenores. No começo, eu pedia que ele examinasse o trabalho, dizendo: “Fiz de acordo com as suas orientações. O que é que o senhor acha?” Mas logo da primeira vez que eu disse isso, ele me desaprovou: ”Não está bom; faça-o de novo”. Todas as vezes que ele falava assim, eu ficava nervoso, pois achava que havia seguido as ordens recebidas. 

Entretanto, á medida que entendia a vontade de Meishu-Sama, vi que ele agia dessa forma porque eu fazia as coisas sem ter convicção, e concluí que não poderia continuar assim. Era preciso que eu fizesse o trabalho o trabalho com seriedade e firmeza, de acordo com as instruções. Depois de ter compreendido que se o trabalho não estivesse bom, Meishu-Sama o diria limitava-me a falar: “Ficou pronto”. Ele apenas comentava: “Ah! É?” e chacinava o serviço. Portanto, mesmo quando eu plantava uma árvore, era só dizer: “Está plantada”. Não era preciso usar de palavras para saber o que ele achava; ficando calado, Meishu-Sama expressava a sua aprovação. 

Repórter: Aliás, eu acho que nesse tipo de conversa é que vemos a verdadeira postura da Fé. 

Morimoto: Na ocasião em que ia ter início a construção da Colina das Azaléias, abaixo do Palácio de Cristal, recebeu a seguinte instrução: “Construa de maneira que, de todos os lados, ela seja vista com o formato redondo”. Acontece, porém que em cima, haveria um prédio, não é verdade? Sendo assim, tive de fazer um grande sacrifício para deixá-la arredondada, levando mais ou menos um ano para terminá-la. Durante todo o período daquela construção, Meishu-Sama vinha vê-la diariamente e ficava apreciando-a. No dia em que ela ficou pronta, comuniquei-lhe: “Ficou pronta hoje”. Aí ele disse: “Ah! É?” Sozinho, deu uma volta ao redor da Colina e foi embora sem dizer nada. Então eu pensei: “Puxa, isso mostra que o meu trabalho foi aprovado!”. 

Repórter: Em suma, os sentimentos de Meishu-Sama não se expressavam por meio de palavras, mas sentíamos profundamente que ele nos transmitia a sua aprovação. O Mundo Ideal a que Meishu-Sama se referiu, certamente será um mundo em que as pessoas se farão entender através da percepção, empregando o mínimo de palavras. 

A PREOCUPAÇÃO DE MEISHU-SAMA COM A CONSTRUÇÃO DA ESCADARIA EM ZIGUEZAQUE 

Repórter: Qual foi a maior preocupação e o maior cuidado de Meishu-Sama ao construir o Zuiun-Kyô, a Terra Celestial de Atami? 

Morimoto: Meishu-Sama se preocupou com tudo, mas parece-me que principalmente com o corrimão da escadaria em ziguezaque. Ele mesmo o desenhou e ficou muito ansioso até vê-lo pronto. No começo do verão de 1953, se não me engano, quando foi para Hakone, Meishu-Sama deixou instruções para que o corrimão fosse feito com vãos em forma oval. Eu me esforcei para terminá-lo até o Outono, época em que ele retornaria a Atami. Quando Meishu-Sama regressou, veio imediatamente ver a obra e chegou a dizer: “Sr. Morimoto está muito bom”. Com isso, percebi que ele estivera bastante preocupado para ver como ficaria, depois de pronta, aquela escadaria cujo projeto era uma experiência inteiramente nova. 

Katsumata: Meishu-Sama parecia muito preocupado com essa obra, até mesmo quando se encontrava em hakone. 

Morimoto: Ele teve cuidado inclusive no que se refere á altura dos degraus. Antes de determiná-la, fez uma experiência com Nidai-Sama, pois queria que velhas mulheres e crianças pudessem subir a escadaria com facilidade. Graças a Deus, Meishu-Sama 

Acabou adquirindo confiança em mim a ponto de considerar que tudo que eu dizia merecia crédito. Quanto a mim, achei que foi muito bom ter largado o meu serviço externo e empenhar-me somente no da igreja. 

MEISHU-SAMA ALEGRAVA OS FIÉIS COM PLANTAS RARAS 

Repórter: Penso ser difícil encontrar um local que tenha reunido tipos tão raros de cerejeiras como o Zuiun-kyô. O que é que o senhor acha? 

Morimoto: A propósito lembra-me de que, quando vieram ao Solo Sagrado de Atami membros da Associação da Flor, um deles me perguntou: “O senhor sabe de algum outro lugar onde haja mais cerejeiras do tipo “Kanzakura” e “HisaKura” do que aqui?”Respondi-lhe que, para o lado de Izu, talvez houvesse e surgeri que o procurasse. Entretanto, naquele local, só havia um ou dois pés. 

“No Zuiun-Kyô existem mais ou menos quarenta pés de cerejeiras do tipo”Kanzakura”, e outras que floresam cedo, não é?” “Ao ser interpelado, por pessoas de fora, com perguntas semelhantes, pude compreender que o Zuiun-Kyô é realmente um lugar maravilhoso. 

Repórter: Esse é um grande tesouro? 

Morimoto: No começo, havia apenas um pé de cerejeira do tipo “hisakura”, mas agora existem muitos em virtude das mudas obtidas pelo processo de enxerto. Entretanto, eles levaram quatorze ou quinze anos para crescer daquela forma. 

Repórter: Quando iniciamos alguma coisa tudo é difícil, e acredito que o senhor tinha sofrido bastante não é? 

Morimoto: Embora eu fosse jardineiro profissional sofri muito, pois não tinha experiência sobre enxerto e desenvolvimento de cerejeira “hisakura”. Pedi ajuda a um negociante, mas não deu certo, de modo que não teve outro recurso a não ser comprar um livro técnico e estudar o modo de fazer o enxerto. Não tinha muita confiança, mas tentei fazê-lo sozinho e consegui-me sair bem. Depois, fiz o enxerto num terreno do Zuiun-Kyô, a Terra Celestial. Após ter pegado, levei o tronco para minha casa, replantei a cerejeira no meu jardim e cuidei dela. Quando deu flor, trouxe-a para cá. Como ainda era nova, não se comparava aos velhos pés já existentes, mas, com o tempo, acabou ficando maravilhosa. No auge do seu florescimento, não se vêem os galhos; só as flores, bem vermelhas... 

Repórter: Como a cerejeira “Kan-hisakura”não é uma qualidade que se possa encontrar em qualquer parte, deve ter sido difícil trazê-la para cá não? 

Morimoto: Certa vez, a uma pergunta feita por Meishu-Sama respondi: “Acho que essa espécie de cerejeira deve existir em qualquer lugar”. Contudo, procurando-a, não consegui achá-la com facilidade. Fiquei numa situação difícil. Por isso, tanto no que se refere ás azaléias como ás ameixeiras do Jardim das Ameixeiras e ás cerejeiras, não há um pé sequer que tenhamos conseguido sem esforço, como se caísse do céu de repente. Enquanto procurava cuidadosamente as cerejeiras que eram necessárias, por coincidência, escutava uma conversa esclarecedora ou conseguia encontrá-las. Foi uma procura que exigiu muito esforço e na qual tivemos de enfrentar muitas dificuldades. Aliás, se ficarmos esperando de braços cruzados, confiando apenas em Deus, jamais conseguirá receber graças. 

No declive existente entre a Colina das Azaléias e o “Sekuin-Do”, estão plantadas muitas cerejeiras da montanha, não é verdade? Só ali há cem pés, mas foram todas plantadas e penamos bastante para encontrar essa quantidade. Além do mais, só procuramos cerejeiras de boa qualidade... O assunto vai e volta, mas o plano de plantar cerejeiras naquele local já existia desde o tempo de Meishu-Sama e foi concretizado por Nidai-Sama. Quando o terreno inclinado ficou pronto, ela disse que as flores das cerejeiras ”somaram yoshino” desabrocham e caem logo, por isso não tem graça. Acrescentou que a vida dessas árvores é curta e que as flores e as folhas de cerejeiras da montanha têm mais elegância e beleza. Sendo assim, orientou-nos que procurássemos aquelas que fossem belas e que tivessem flores e folhas de colorido harmônico. Existem inúmeras cerejeiras da montanha, mas é muito difícil encontrá-las com flores e folhas de boa cor. Ficou combinado procurá-las nas montanhas e chegamos a escalar uma com esse objetivo. 

Achamos as cerejeiras, mas o dono da montanha, que era o principal, não se sabia quem era. Entretanto, visto que queríamos comprá-las, colocamos um marco no local, amarrando-as com uma corda. Também houve falhas, mas aprendi que com esforço tudo se consegue. 

Repórter: Ouvimos dizer que, como Meishu-Sama tinha o desejo de alegrar todos os fiéis, trazia plantas raras e dizia: “Não imitemos os outros, sejamos originais”. Acho que era por isso que, quando sabia de uma planta rara, decidia comprá-la imediatamente. 

Morimoto: Ele tinha decisões rápidas, não é? Certa vez, comprei um pé de ameixeira branca, de galhos pendentes com mais ou menos cem anos. Embora fosse uma só, achei que era de boa qualidade e perguntei a Meishu-Sama: “Encontrei uma ameixeira branca com mais ou menos cem anos. O que é que o senhor acha?” Ele respondeu com outra pergunta: “Quantos pés”?” “Apenas um” respondi-lhe”. Procure cinco ou seis “pés e compre-os”, disse Ele. Dessa forma, o assunto se prolongou, e ele ordenou que eu fosse procurá-los e mais rápido possível. Feita a compra, comuniquei-lhe o fato, ao que ele respondeu apenas: “ah, é”? Não perguntou nada, nem mesmo o preço. Se lhe falasse, ele ou veria, mas. Tivemos muitas dificuldades no transporte da ameixeira branca de galhos pendentes que está plantada ao lado do Palácio de Cristal. O transporte foi feito á noite, de shimo-sôga, um local fora do perímetro urbano da cidade de Odawara. Utilizamos três carros e mais ou menos trinta pessoas, e demoramos quinze horas para transportá-la. 

REALÇAR AS PECULIARIDADES DA PLANTA 

Repórter: As azaléias plantas na Colina das Azaléias do Zuiun-kyô são de vários tipos; existem aproximadamente quarenta tipos da mesma espécie. São mais de três mil e seiscentos pés, nas cores vermelha branca, rosa, e violeta, colorindo uma colina inteira que, do final de abril ao final de maio, floresce com tal esplendor, que podemos chamá-la de Paraíso das Flores. Mas essa beleza logo termina, dando lugar á estação das azaléias denominadas “satsuki”. A propósito logo nos lembramos das que estão plantadas no shinsen-kyô de hakone. Mas com que objetivo Meishu-Sama plantou essa flor naquele local? 

Katsumata: Todos os anos, no final de maio, Meishu-Sama semudava para o shinsen-kyô de Hakone. Essa é a época do término da floração das azaléias de Atami e o inicio do florescimento das azaléias!satsuki”, em Hakone. Como, aí as flores que florescem cedo e as que florescem tarde estão misturados é possível apreciar flores durante todo mês de junho. Parece, também que as azaléias “Satsuki” se dão muito bem com o ambiente natural de Hakone, caracterizado pelo alto grau de umidade. Acho que foi por esses motivos que Meishu-Sama mandou plantar esse tipo de azaléia no shinsen-kyô. 

Morimoto: Meishu-Sama passava em Hakone o período que ia do fim de maio até o começo de outubro daí até o fim de maio do ano seguinte, cuidava da Obra Divina em Atami. Para que tudo se ajustasse a esse modo, de vida recebíamos ordem de plantar em Hakone todas as plantas que havia em Atami, como as azaléias “satsuki” e o jasmim, que florescem do outono até a primavera do ano seguinte. 

Katsumata: Ao contrário, muitas plantas de Hakone também foram levadas para Atami. 

Repórter: Acredito que Meishu-Sama pensava nas peculiaridades de cada planta. Como Hakone é um local rodeado de montanhas e o seu grau de umidade é elevado ele escolhia plantas adequadas a essas condições ao passo que em Atami que está em frente ao mar e tem um clima temperado, estão plantadas aquelas que se ajustam ás suas condições. 

Morimoto: Realmente, Meishu-Sama só dava orientações a respeito das plantas depois de ter refletido bem sobre as peculiaridades de cada uma. Certa vez, ele me ensinou algo sobre a ameixeira. Em termos de aroma, a flor da ameixeira que dá frutos é mais perfumada; em termos de flor, a ameixeira que só dá flores é mais bela. Apesar da minha profissão, eu conhecia as peculiaridades da árvore, mas ignorava as peculiaridades da flor. No entanto, através do meu serviço no jardim das ameixeiras, pude comprovar que Meishu-Sama conhecia tudo sobre ambas. 

Tendo recebido instruções para encontrar árvores velhas e de flores perfumadas, percorri todo o Estado de Saitama, mas enfrentei muita dificuldade, pois ninguém queria vender ameixeiras que dão frutos. A maior parte foi comprada e transportada do bairro de Shimo-Sôga, um lugar situado fora do perímetro urbano de Odawara. Efetuada a compra, também foi muito trabalhoso o transporte. Não era nada fácil transportar pés de ameixeiras tão grandes como aqueles. Como, naquela época não havia estradas tão largas como hoje, eles danificavam as paredes da casa de uns e quebravam os galhos do jardim de outros, causando muitos problemas ás pessoas que residiam ao longo da estrada. 

Repórter: Além disso, houve problemas relativos ao tempo gasto no transporte, pois era preciso que ele fosse efetuado num curto espaço de tempo, devido á época do plantio, não é verdade? 

Morimoto: De fato. Entretanto, um caminhão grande só dava para transportar um ou dois pés, e para colocá-los dentro do caminhão, necessariamente levavam-se três a quatro horas. A estrada era ruim e estreita e por isso era preciso muito cuidado para não quebrar os galhos das árvores nem incomodar os outros. Transportadas as ameixeiras, tinha-se de abrir os buracos um a um para plantá-las. Assim, desde a compra das árvores até o final da plantação, despendeu-se muito tempo do começo até o fim, foram quatro anos. 

Repórter: Puxa! Foi muito trabalhoso, não? O sacrifício exigido para transportar e plantar os trezentos e sessenta pés de ameixeiras, num determinado espaço de tempo foi incalculável, e só os que o fizeram sabem avaliar. Para realizar um trabalho desse tipo, a hora, ou melhor, a época torna-se muito valiosa, não é ? 

Katsumata: no tipo de serviço que empreendemos o mais importante é a época certa. Se não tivermos isso sempre em mente, os resultados não seram satisfatórios e falharemos. Mesmo que, por acaso, o que foi plantado pegue sempre haverá defeitos. 

Repórter: Certa vez, em Hakone transplantou-se um grande número de enormes cedros, e nenhum secoi; todos eles pegaram. Creio que isso também se deve ao fato de terem sido plantados na época certa, não? 

Katsumata: Aqueles cedros foram transplantados por que houve uma ordem de aplainar a Colina de Luz do Shinsen-Kyô. A fim de preparar o terreno. Normalmente o tempo apropriado para se removerem cedros e ciprestes é em meados de novembro. Quando se trata de árvores muito grandes, a remoção de vê ser iniciada em dezembro e terminada até a fina de março do ano seguinte. Escolhendo a época do inverno, replantamos mais ou menos oitenta pés. Graças a Deus, como a época foi apropriada, até as árvores grandes pegaram. 

Há vinte anos, Meishu-Sama comprou o terreno plantado de cedros onde hoje está situado o Santuário da Divina Luz. Certo dia, quando eu estava cortando uma árvore, ele disse: “Não se deve cortar árvores que já estão crescidas, a não ser que haja necessidade; elas são importantes e por isso não devem ser cortadas”. Então, parei com o serrote já na metade do corte. Apesar disso, essa árvore não secou, existe até hoje. Está no vale situado á esquerda do Santuário da Divina Luz. Certamente só eu sei de sua existência, ninguém mais. 

Repórter: O fato de Meishu-Sama querer preservá-la mesmo com o corte do serrote, demonstra o seu grande amor ás árvores. Ele considerava, sagrada uma vida que não se compra com dinheiro, não é? 

Katsumata: Seu amor era realmente grande. Ele só permitia que as árvores fossem cortadas se elas atrapalhasem uma construção ou se fosse absolutamente necessário. 

Repórter: Para finalizar, se tiverem lembrança de alguma palavra de Meishu-Sama, recebida quandoserviam ao seu lado e que ainda hoje permanece gravada em seus corações, transmitam-na para nós 

Katsumata: Aconteceu há dez anos. Estava relembrando Meishu-Sama, e de repente como se uma Luz ilumina-se meu coração, percebi que todos os seus ensinamentos estavam interligados. Concluí isso meditando umas palavras que havia deixado passar despercebidas quando recebi ordem para cortar uns galhos, há vinte anos. Ele dissera estas palavras: “O homem é como as árvores. Tem partes pontiagudas, enroladas e se não tomar cuidado para eliminá-las, não conseguirá um bom relacionamento com os seus semelhantes. É isso que estou ensinando”. 
Realmente, se agirmos dessa maneira, concretizar-se-á o Paraíso Terrestre, onde não há conflito de espécie alguma. 
Morimoto: hoje, objetivando o Centenário de Meishu-Sama, unida a igreja vem desenvolvendo a construção do Museu de Belas-Artes de Atami. Ao ver-me num beco-sem-saída, relembro as épocas passadas, e parece que ouço Meishu-Sama me incentivar: “Morimoto, esforce-se; não se esqueça do tempo passou”. 

Doravante, para construir o Paraíso Terrestre idealizado por Meishu-Sama, também quero continuar me esforçando na construção de belos jardins, que não encontram similares em nenhum outro lugar. 



Fonte: Álbum Solo Sagrado 
(A Terra Natal das nossas Almas) 
Volume: “Primavera e Verão”
(Tradução: Igreja Messiânica Mundial do Brasil)
Edição: Maio /1980

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Fotos: Alexandre Mauj Imamura
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